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Segunda - 10 de Dezembro de 2012 às 16:04

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Manuella, de 10 meses, morreu após ficar quatro horas dentro de carro (Foto: Reprodução TV Globo)
Manuella, de 10 meses, morreu após ficar quatro
horas dentro de carro (Foto: Reprodução TV Globo)

O Juízo da 1ª Vara Criminal de Volta Redonda acolheu, nesta segunda-feira (10), o pedido do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e arquivou o inquérito contra o comerciante Clóvis Perrut Mantilla, que no início de novembro esqueceu a filha de 10 meses dentro do carro. Ele foi indiciado pela polícia por homicídio culposo.

Manuella, de 10 meses, ficou dentro do veículo com os vidros fechados, por quatro horas, no dia 8 de novembro. Segundo a nota do Ministério Público, o arquivamento se deu porque Clóvis mereceria ao final do processo ser beneficiado com o perdão judicial.

De acordo com o pedido de arquivamento, Clóvis não costumava levar a menina para as creches. A criança ficava em uma unidade pela manhã e seguia para outra creche à tarde. Ainda segundo o requerimento, quem levava e buscava Manuella eram dois funcionários da família, mas ambos estavam ocupados naquele dia e a responsabilidade ficou com o pai.

Entenda o caso
O comerciante Clovis Perrut Mantilla escreveu em seu perfil na rede social Facebook, neste sábado (10), uma carta de despedida para sua filha Manuella, de 10 meses, morta na quinta-feira (8) após ser esquecida por ele dentro do carro, no bairro Água Limpa, em Volta Redonda, no Sul Fluminense.

Clovis, de 29 anos, inicia o texto com um pedido a Deus: "Senhor se possível me leva junto de Ti e devolve a minha anjinha de volta para essas terra". Em seguida, pede que Deus leia para a filha as seguintes palavras: "Meu anjinho, minha Manuzinha, você é o meu coração, e ele morreu por minha culpa. Mas eu nunca quis te causar nenhum mal. Enquanto eu levava seu corpinho ao hospital eu pedi pra Papai do Céu me levar no seu lugar. Mas Ele escolheu você, porque você será um anjo mais belo e puro, e esse mundo terrível não é digno de você, espere o papai aí. Em muito breve estaremos juntos, só não sei o dia, mas eu, a mamãe e o Juan iremos nos reencontrar com você no céu. Os dez meses e dez dias em que você esteve conosco foram os mais belos, felizes e maravilhosos de nossas vidas. Sempre vou te amar meu anjinho, até daqui a pouco. Papai.", escreveu o comerciante.

Até as 11h desta segunda-feira, quase 3 mil pessoas já haviam compartilhado no Facebook a carta escrita por Clovis. Nos comentários à mensagem que contém o texto de despedida, mais de 200 pessoas enviaram condolências à família de Manuella.

Na sexta-feira (9), o delegado-adjunto da 93ª DP (Volta Redonda), Marcio Figueroa, disse que Clovis Perrut, desesperado com a morte de Manuella, desabafou antes mesmo de prestar depoimento na noite de quinta-feira. "Pode me prender. Eu já sei que a minha maior pena será a perda da minha filha", disse Clovis, segundo o delegado. O comerciante chegou a ser detido, mas foi liberado após pagamento de fiança de R$ 12.440. Segundo o delegado, o pai da menina também temia a reação de sua esposa, Camila Sueth. "Espero que a minha mulher não me veja como assassino."

O corpo da menina foi enterrado no Cemitério Portal da Saudade, em Volta Redonda. Clovis Perrut foi indiciado por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar. A polícia aguarda o resultado da autópsia no corpo de Manuella, feito pelo Instituto Médico-Legal (IML) de Volta Redonda, e do laudo de perícia no carro em que a criança morreu.

Antônio Furtado, delegado titular da 93ª DP, e Marcio Figueroa ouviram seis testemunhas, entre elas um amigo de Clovis, Walter Vinicio Andrade, o primeiro a chegar ao local onde o carro estava estacionado. Ele contou aos policiais que quebrou um vidro dianteiro e, quando viu Manuella, percebeu que ela já estava sem vida. "Logo em seguida, a mãe da menina chegou e o Walter a impediu de olhar para o interior do veículo", disse Figueroa.

A menina foi levada pelo próprio pai para o hospital, mas já chegou sem vida, com sinais de asfixia. De acordo com a TV Rio Sul, afiliada da Globo, o pai contou na delegacia que esqueceu a filha dentro do veículo porque não tinha o hábito de levá-la à creche. Ele disse que só lembrou que havia esquecido do bebê no carro quando sua mulher telefonou, questionando a ausência de Manuella na creche.






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