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Internacional
Segunda - 18 de Abril de 2005 às 08:52

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O presidente do Paquistão, general Pervez Musharraf, concluiu nesta segunda-feira sua visita à Índia, depois de definir com o primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, várias medidas de confiança para avançar no processo de paz entre os dois Estados. Numa declaração conjunta divulgada hoje pela manhã em Nova Délhi, Musharraf e Singh informaram que tinham repassado o progresso alcançado até agora por meio das medidas de confiança adotadas pelos dois governos, e reafirmaram seu compromisso para levar adiante o processo de paz, que, segundo eles, já está num ponto "irreversível".

Os dois líderes afirmaram ter realizado "conversações substanciais" sobre todos os assuntos de conflito entre Índia e Paquistão. Musharraf e Singh se disseram satisfeitos com o progresso alcançado até agora no diálogo de paz, promovido "pela melhora de suas relações e pelo desejo sincero do povo de alcançar a paz definitiva".

Para conseguir esse objetivo, os líderes trataram, entre outros assuntos, do conflito territorial da Caxemira e concordaram em continuar as negociações para resolver o assunto definitivamente.

Além disso, decidiram aumentar as medidas para facilitar a cooperação, o comércio, as peregrinações e os contatos culturais e familiares entre as populações dos dois lados da divisória, onde centenas de famílias ficaram separadas depois da partilha dos dois países, em 1947.

Musharraf e Singh disseram que pretendem criar em breve uma linha de ônibus entre a cidade indiana de Amritsar e a paquistanesa de Lahore.

Sobre a linha de ônibus inaugurada em 7 de abril para ligar as cidades de Srinagar e Muszaffarabad, capitais das regiões da Caxemira sob administração da Índia e do Paquistão, respectivamente, as duas partes condenaram os ataques realizados por separatistas caxemirianos na Índia contra os passageiros do primeiro ônibus.

Os dirigentes afirmaram que "a Índia e o Paquistão não permitirão que o terrorismo impeça o processo de paz" e anunciaram a decisão de aumentar a freqüência dos ônibus e permitir que os caminhões também utilizem essa rota para promover o comércio bilateral. O comunicado acrescenta que Índia e Paquistão acertaram a reabertura de seus consulados nas cidades de Karachi e Mumbai.

Sobre alguns assuntos conflituosos já identificados pelos dois governos desde o início do processo de paz, em janeiro de 2004, os dois dirigentes concordaram que "os mecanismos institucionais já existentes devem manter conversações imediatamente para buscar soluções mutuamente aceitáveis".

Com relação ao setor econômico, Musharraf e Singh concordaram que o aumento na cooperação nessa área "contribuiria para o bem-estar dos povos do dois países e traria um maior nível de prosperidade à região. As duas maiores economias do sul da Ásia devem trabalhar conjuntamente para a maior prosperidade da região".

O chefe do Estado paquistanês convidou Singh a visitar o Paquistão. Os dois líderes disseram que o convite foi aceito e que seus governos buscariam datas convenientes para as duas partes.

Musharraf se reuniu hoje pela manhã na capital indiana com vários jornalistas e garantiu ter advertido o governo indiano de que caso não seja resolvido o "assunto central da Caxemira", este "poderia vir à tona de novo no futuro em outro clima e sob outra liderança".

O presidente paquistanês descartou a possibilidade de utilizar uma solução militar para resolver a disputa territorial da Caxemira e propôs a busca de uma solução "inovadora" e "sem prazo rígido".

Musharraf viajou à Índia em 16 de abril para assistir a uma partida de críquete entre as seleções indiana e paquistanesa. O Paquistão venceu o jogo.

Antes de partir para as Filipinas, o presidente paquistanês fez uma ligação de cortesia ao ex-primeiro-ministro da Índia, Atal Behari Vajpayee, com quem iniciou o processo de paz durante sua visita a Islamabad em janeiro do ano passado.

Desde então, as duas potências nucleares do sul da Ásia notaram uma significativa melhoria em suas relações, embora mantenham suas diferenças sobre certas questões, principalmente a da Caxemira, o território disputado pelos dois Estados desde sua divisão.





Fonte: EFE

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