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Internacional
Sábado - 16 de Abril de 2005 às 08:53

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O primeiro-ministro designado iraquiano, Ibrahim al-Jaafari, negou a existência de "acordos secretos ou públicos" para salvar a vida do ditador deposto Saddam Hussein.

Em entrevista publicada pelo jornal árabe internacional Asharq al Awsat hoje, sábado, Al-Jaafari é perguntado sobre a existência de acordos para "salvar a cabeça" de Saddam Hussein caso ele seja condenado à morte. O primeiro-ministro respondeu que "não há acordos, nem secretos nem públicos".

Al-Jaafari diz confiar na transparência e eqüidade do Poder Judiciário de seu país, mas defendeu que a questão do julgamento do ex-governante termine de uma vez.

"Na minha opinião, (o processo judicial contra Saddam) se prolongou mais do que o devido. Acho que esse assunto deve terminar rapidamente", disse Al-Jaafari.

O ex-presidente iraquiano Saddam Hussein, capturado pelas tropas americanas em dezembro de 2003, será julgado depois da formação de um novo governo, segundo o ministro da Justiça em exercício, Malek Dohan al-Hassan, afirmou no fim de março.

Desde a captura do ex-ditador, em 13 de dezembro, houve intensos debates sobre o tratamento e o julgamento que Saddam merece.

Entre os crimes pelos quais Saddam seria julgado, está a campanha de genocídio contra os curdos em 1988, quando mais de 100.000 civis morreram e cerca de 4.000 aldeias foram destruídas.

Saddam também seria julgado pelo uso de armas químicas contra tropas iranianas e civis curdos, massacres no norte e sul do Iraque após o levante fracassado dos xiitas em 1991, e expulsão de minorias étnicas no norte do país, entre outras acusações.

Quanto às causas que atrasaram o anúncio do novo governo iraquiano, o líder político xiita disse que "nossa insistência em incluir o maior número de grupos políticos foi a principal razão do atraso na formação do próximo Executivo".

"Nossas conversas com os representantes das formações curdas foram longas, depois o diálogo se estendeu ainda mais com os outros grupos, incluindo com os árabes sunitas. Nosso objetivo é formar um governo de unidade nacional que seja caracterizado pela diversidade", acrescentou.

No entanto, Al-Jaafari se disse otimista de que as consultas terminem em breve para que o novo governo "se Deus quiser, seja anunciado na próxima semana".





Fonte: EFE

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