Fundação internacional analisa comunidades atendidas pelo Projeto Dom Helder Câmara
O Projeto Dom Helder atua em seis estados do Nordeste: Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Sergipe, Ceará e Piauí. Nos próximos cinco anos, os pequenos produtores rurais irão receber R$ 5 milhões, doados a fundo perdido pela Fundação para desenvolver atividades que ampliem a qualidade do comércio e da produção agrícola.
A Fundação Syngenta, criada em 2001, com sede na Suíça, apóia projetos para o desenvolvimento da agricultura familiar em comunidades pobres da África e da Índia. O acordo de cooperação com o projeto Dom Helder representa a primeira atividade da instituição no Brasil.
De acordo com a engenheira agrônoma do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Sarah Vidal, técnica do projeto, uma das iniciativas a serem apoiadas é a experiência com a cadeia produtiva do caju, no Rio Grande do Norte. Segundo ela, os trabalhadores rurais, além de explorar a cultura do caju com a comercialização da castanha, estão querendo aproveitar a fruta no processamento de ração e de polpa, mas precisam de assistência técnica e financeira para viabilizar o empreendimento.
"O apoio a essas formas de agregar valor aos produtos leva os agricultores a entrar no mercado de forma sustentável", observou. A agrônoma disse ainda que parte dos recursos doados pode ser utilizada no processo de certificação de produtos com selos de qualidade, para que eles entrem no mercado de forma diferenciada.
Na opinião do pesquisador da Embrapa semi-árido em Petrolina, no sertão de Pernambuco, Pedro Gama, o aporte de recursos da Fundação vai contribuir para implementação da política do governo federal de apoio à agricultura familiar, com base no desenvolvimento sustentável da economia regional.
O projeto Dom Helder é desenvolvido pelos governos estaduais e municipais em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário com o objetivo de promover o desenvolvimento, aumentar o nível de renda das famílias, permitir acesso aos recursos do Programa Nacional de Apoio à Agricultura Familiar (Pronaf) e ampliar a capacidade tecnológica dos agricultores familiares do semi-árido, assentados ou não pela reforma agrária.
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