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Internacional
Terça - 05 de Abril de 2005 às 08:05

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Genebra - A população do Iraque saiu de uma ditadura que violava os direitos e as liberdades básicas, para cair numa ocupação estrangeira que aumentou o sofrimento humano, assinala um documento da Organização das Nações Unidas (ONU) denominado "Informe sobre o desenvolvimento humano nos países árabes".

O documento, que analisa a situação de liberdade em mais de vinte países, considera "pouco benéfico para a população iraquiana" o resultado obtido até o momento pela invasão militar no Iraque liderada pelos Estados Unidos. Elaborado por especialistas árabes selecionados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o documento afirma que as potências que ocupam o Iraque "têm sido incapazes de cumprir as obrigações previstas na Convenção de Genebra de proteger os cidadãos".

Os autores do informe consideram que o "Iraque registrou uma perda da segurança interna sem precedentes, com assassinatos e atos de terrorismo na maior parte do seu território, incluindo ataques contra civis iraquianos e estrangeiros, e organizações humanitárias internacionais".

O documento calcula que por volta de 100 mil pessoas morreram no Iraque, em conseqüência da invasão e da violência desencadeada posteriormente no país. Para os especialistas do PNUD, são as mulheres as maiores vítimas, já que correm risco de ser seqüestradas e violentadas, não apenas por "quadrilhas" mas também por soldados que aproveitam-se da situação para cometer abusos sexuais.

Também destacam que milhares de iraquianos, em sua maioria civis, foram presos e "submetidos a tratamento desumano e imoral", na prisão de Abu Graib e em outros centros de detenção. Para eles, isso representa "violação à Convenção de Genebra" que regula os direitos humanos internacionais nos casos de conflito.

O estudo constata também que as forças da coalizão que ocupam o Iraque não cumprem as obrigações de suprir a população de suas necessidades básicas. "As forças de ocupação foram incapazes de proporcionar os mesmos serviços de eletricidade, água e telefone existentes antes da guerra". Por fim, informa que dos US$ 18,4 milhões destinados pelo Congresso dos EUA para a reconstrução do Iraque, apenas US$ 1,3 milhão foram aplicados com esta finalidade.




Fonte: AE - AP

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