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Internacional
Segunda - 04 de Abril de 2005 às 20:44

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João Paulo II será enterrado na próxima sexta-feira na cripta vaticana, depois de um solene funeral que acontecerá pela manhã e após centenas de milhares de pessoas terem se despedido do papa na Câmara Ardente instalada esta segunda-feira na Basílica de São Pedro do Vaticano.

A Congregação de Cardeais, em sua primeira reunião, fixou o dia e a hora (05.00, Brasília) do funeral do papa e acabou com uma das dúvidas que ainda persistiam, o lugar de seu enterro, que no final será, como parecia mais provável, a cripta da Basílica de São Pedro.

A decisão põe fim às dúvidas de que João Paulo II poderia ser enterrado na catedral da Cracóvia, em sua Polônia natal, de onde foi arcebispo.

O papa que veio do Leste repousará no mesmo lugar no qual até 2001 jazia seu predecessor, o beato João XXIII; muito próximo do túmulo do apóstolo São Pedro.

Os restos do papa Roncalli, falecido em 1963, foram trasladados no dia 3 de junho de 2001 para o altar de São Jerónimo, na Basílica de São Pedro, para permitir um maior fluxo de fiéis devotos. A decisão foi tomada por João Paulo II, que sempre se declarou seu grande admirador.

Antes do enterro, acontecerá um funeral solene na Praça de São Pedro, que oficiará o que fora durante muitos anos "braço direito" de Karol Wojtyla na Cúria, o cardeal alemão Joseph Ratzinger, decano do Colégio Cardinalício.

Ao funeral, assistirão governantes de todo o mundo - entre eles o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e dos Estados Unidos, George W. Bush -, além de centenas de milhares de pessoas.

Antes de entrar na fila para visitar a Câmara Ardente, que foi finalmente aberta às 20:00 horas (15:00 Brasília), muitos desses fiéis se amontoaram hoje próximo da escalinata da basílica vaticana para ver de perto os restos mortais do papa.

Vestido com a sotaina branca e a casula vermelha pontifical, a estola arquiepiscopal, ou palio, a mitra e o báculo João Paulo II saiu da sala Clementina do Palácio Apostólico nos ombros dos doze portadores da velha "cadeira gestatória", deitado numa padiola de madeira, forrada de seda vermelha.

O procissão, que teve a participação dos cardeais da Cúria, liderados pelo camerlengo, o espanhol Eduardo Martínez Somalo, transcorreu em meio de um grande murmúrio, destacado pelos cantos das ladainhas e o badalar dos sinos.

As pessoas que observaram a passagem do cortejo fúnebre se emocionaram, choraram e aplaudiram, principalmente no momento culminante, quando foi mostrado a Roma e ao mundo o cadáver do papa, desde o alto da escalinata de São Pedro, com uma ligeira inclinação da padiola.

O solene translado também foi acompanhado por dezenas de milhares de pessoas que esperavam o início da formação das filas para poder entrar na Basílica a dar seu último adeus ao Pontífice.

As portas se abriram finalmente uma hora antes do previsto, a pedido da Defesa Civil de Roma, pois milhares de fiéis faziam fila muitas horas antes.

Durante os próximos três dias está previsto um desfile interminável, com interrupções de madrugada para limpar o templo.

São esperados cerca de dois milhões de peregrinos.

Serão três dias de multidões ordenadas para prestar a última homenagem a um papa que fez dos atos de massas - no Vaticano e em todos os lugares do mundo que visitou - uma das constantes de seus 26 anos de pontificado.

Enquanto isso, prosseguirão as reuniões da Congregação de Cardeais, sob a presidência do camerlengo. Nesses encontros, prepararão o conclave, que deverá começar entre os dias 17 e 22 próximos, segundo estabelece a norma.

Na primeira reunião desta segunda-feira, à qual participaram apenas 68 cardeais, foi prestado o juramento, como estabelece a Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis, e foram examinadas as próximas cerimônias fúnebres.

A partir de agora, os cardeais, em sessões diárias, aproveitarão para estreitar relações e detalhar sua visão sobre as questões da Igreja católica; se considerarem oportuno, com a colaboração de teólogos e religiosos externos.

As primeiras declarações à imprensa irão mostrar o espírito do próximo papado e deixarão entrever a idéia do novo Pontífice. Isso já começou a ser mostrado pelo cardeal brasileiro Dom Claudio Hummes, um dos papáveis.

Para Humes, o sucessor do papa deverá ser alguém "capaz de representar ao mundo e ter influência tanto sobre os não crentes, como sobre os que professam crenças diferentes".




Fonte: EFE

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