Afastado do PPS, Ciro ainda definirá a data para filiar-se à sigla socialista

Ainda não está marcada a data da filiação, mas o ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, já decidiu que vai deixar o PPS e se filiar ao PSB. Ontem, quando anunciou a liberação de recursos para um projeto de frutificultura irrigada em Assú, no Rio Grande do Norte, Ciro disse à governadora Vilma Faria que já estava tudo acertado para seu ingresso no partido dela. “Para que partido você vai?”, perguntou a governadora. “Vou para o seu partido”, respondeu Ciro Gomes, para em seguida perguntar: “Você me aceita?”. “Na hora”, disse Vilma Faria.

Nas conversas que vem mantendo com a direção do PSB, Ciro Gomes argumenta que os seus aliados estão sendo massacrados no PPS. Apesar da troca de partido ocorrer em tempo hábil para que ele possa disputar as eleições do ano que vem, o ministro tem dito que seu único projeto, em 2006, é o de ajudar o presidente Lula na campanha pela reeleição.

Ciro, o ex-prefeito de Sobral, seu irmão Cid Gomes, e a senadora Patrícia Saboya (PPS-CE) estão organizando uma reunião de seu grupo político para tomar uma decisão conjunta.

O ministro Ciro Gomes não quer anunciar publicamente sua opção, mas está decidido diante da ação da direção nacional do PPS de intervir em diretórios regionais controlados por aliados do ministro. Pelo menos cinco dos 17 deputados do PPS devem deixar o partido junto com Ciro. São eles: Júlio Delgado (MG), B. Sá (PI), Geraldo Rezende (SP), Cláudio Magrão (SP) e Átila Lins (AM). Esses deputados estão preparando um documento para justificar sua saída do PPS.

Mas nem todos devem ir para o PSB. Átila Lins, por exemplo, deve seguir o governador do Amazonas, Eduardo Braga, que está se transferindo para o PMDB. O presidente do PPS, deputado Roberto Freire, está torcendo para que o ex-líder na Câmara, Júlio Delgado, se desligue do PPS. “Nós queremos mesmo o Júlio Delgado fora do partido’, disse Freire.