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Internacional
Segunda - 04 de Abril de 2005 às 12:30

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O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, deve dar início à campanha eleitoral no país na terça-feira, e não na segunda. O atraso se deve à morte do papa João Paulo 2o. Blair, que deve anunciar a realização de eleições no dia 5 de maio, vai comparecer na segunda-feira a uma homenagem ao papa na catedral de Westminster, em Londres. Na terça-feira, ele deve visitar a rainha Elizabeth 2a. para pedir autorização simbólica para dissolver o Parlamento e divulgar a data do pleito.

As pesquisas indicam que ele deve obter o terceiro mandato consecutivo, algo inédito para um político do Partido Trabalhista. Isso significa que os oito anos de crescimento econômico estão pesando mais junto ao eleitorado do que o apoio de Blair à impopular guerra do Iraque.

A pesquisa mais recente, divulgada na segunda-feira pelo jornal Daily Telegraph, mostra o Partido Trabalhista à frente do Conservador, mas com uma vantagem inferior à obtida na eleição de 2001. Os trabalhistas aparecem com 36 por cento das intenções de voto, 6 pontos a menos do que há quatro anos; os conservadores ficam com os mesmos 33, e os liberais-democratas avançam 3, chegando a 22.

O jornal mais vendido do país, o Sun, que apoiou Blair nas das últimas eleições, declarou que ainda não se decidiu.

Pela lei eleitoral, deve haver pelo menos 17 dias úteis entre a dissolução do Parlamento e a eleição. Assim, a próxima segunda-feira é o limite. Mas o funeral do papa será na sexta-feira, e por isso o Parlamento deve encerrar seus trabalhos antes do final da semana.

Assim, o governo terá de ter cuidado para escolher os projetos que quer aprovar e os que ficarão de fora da agenda por falta de tempo. A prioridade será a Lei das Finanças, o Orçamento de 2005, que não deve enfrentar oposição.

Por outro lado, um polêmico projeto para tornar obrigatório o uso de carteiras de identidade deve ser arquivado nesta legislatura. Outra proposta, para combater o crime organizado, só deve ir a votação se o governo ceder às exigências da oposição, que quer retirar um artigo que proíbe a incitação ao ódio religioso. Os conservadores também querem mudanças no texto que torna mais branda a regulamentação dos jogos de azar.

A campanha eleitoral só deve começar para valer na próxima semana. Para Blair, quase tão importante quanto obter um novo mandato é conseguir uma maioria parlamentar de pelo menos 70 deputados.

Mais de 30 deputados trabalhistas se opõem sistematicamente a Blair em várias questões, ainda em represália contra a participação na guerra do Iraque. Por isso, uma maioria pequena poderia prejudicar o terceiro governo Blair.

"Com qualquer coisa abaixo de 60 (deputados) pode ser complicado lidar com um Parlamento em que há rebeliões trabalhistas, e isso faria Blair parecer como uma fraqueza eleitoral", disse Peter Kellner, do instituto de pesquisas YouGov.




Fonte: Reuters

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