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Nacional
Domingo - 03 de Abril de 2005 às 16:10
Por: Thiago Velloso

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São Paulo - Após três dias de discussão sobre transportes no Brasil, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Força Sindical e outras entidades representativas reunidas no "Encontro Nacional Auto e Política de Transportes", comprometeram-se a elaborar uma proposta de melhoria do setor a ser entregue ao governo federal.

Como resultado do encontro, os membros dos sindicatos dos trabalhadores aeroviários, metroviários, ferroviários, rodoviários, portuários e metalúrgicos divulgaram uma documento no qual já indicam algumas medidas a serem tomadas nos âmbitos públicos e privados.

De acordo com o relatório são duas as prioridades para o setor de transportes: a renovação da frota de veículos do Brasil e mudança de matriz do transporte, altamente concentrado no modelo rodoviário, para o ferroviário e o fluvial.

"É preciso promover uma mudança na matriz de uma forma que não se cause prejuízo para o transporte rodoviário. Porém, essa concentração nas rodovias vai ao encontro do que hoje acontece nos Estados Unidos e na Europa", afirma Eduardo Pacheco, membro da executiva da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte (CNTT) da CUT.

Segundo Pacheco, as centrais sindicais pretendem fazer um diagnóstico do setor de transportes até o fim deste mês e, posteriormente, entregá-lo junto com uma proposta detalhada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Curto prazo

De acordo com Pacheco, algumas mudanças de curto prazo já serão encaminhadas para os órgãos competentes. Entre elas, os sindicatos pretendem pedir a regulamentação do uso por Estados e municípios do imposto que incide sobre os combustíveis (CIDE).

"Vamos propor que os Estados sejam obrigados a aplicar 50% dos recursos arrecadados em transporte público. Já para os municípios, vamos pedir o direcionamento integral da arrecadação", afirma Pacheco.

De acordo com ele, a medida é necessária para que haja uma maior segurança nos investimentos do setor. "Enquanto não tivermos uma fonte permanente de recursos, dificilmente vamos conseguir resolver os problemas do transporte de cargas e de pessoas no Brasil".

Os trabalhadores também planejam encaminhar para o governo federal um projeto que proponha a criação de câmaras setoriais de transportes de carga e de pessoas para que se otimize a gestão dos investimentos.

"Os recursos existem e podem até ser suficiente s, porém falta uma melhor articulação para a aplicação. Por isso queremos promover uma discussão sobre o uso das verbas públicas e privadas", explica Pacheco.

Frota

No tocante à renovação da frota, o membro da executiva da CNTT-CUT diz que as centrais sindicais já trabalham num projeto de criação de centros de reciclagem de automóveis antigos, com vistas à renovação da frota existente.

"São cerca de 400 mil carros com mais de 15 anos no Brasil. No entanto, não podemos simplesmente renovar a frota e transformar os veículos antigos em perdas", diz.

Por isso, segundo Pacheco, a idéia é, num esforço conjunto entre o poder público e a iniciativa privada, estimular a criação de indústrias que reciclem os materiais dos automóveis.

"Tanto o aço quanto o plástico contidos nos veículos têm tido altas relevantes de preços. Portanto, o melhor a se fazer é promover uma renovação da frota com o aproveitamento total dos veículos antigos. Dessa forma, vamos transformar perdas em investimentos".

Os trabalhadores ainda defendem a adoção de uma nova matriz energética independente, renovável e livre de poluentes, que se insira num amplo programa estatal de transformação da cadeia produtiva dos transportes.




Fonte: Agência Estado

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