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Internacional
Domingo - 03 de Abril de 2005 às 15:40

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A morte do papa levantou a possibilidade de algumas mudanças nos costumes do Vaticano para se ajustar aos novos tempos, embora o protocolo mantenha toda sua pompa.

Nos últimos anos, a cúpula católica não permaneceu indiferente à revolução nas comunicações e, o que há séculos era anunciado através de complicadas fórmulas orais, hoje em dia é divulgado utilizando a tecnologia.

Um exemplo disso é o acordo que a Santa Sé mantém com uma operadora de telefonia celular, que permite enviar aos jornalistas credenciados em sua sala de imprensa os comunicados em tempo real usando mensagens de texto (SMS).

João Paulo II soube aproveitar o desenvolvimento da mídia e, consciente de que os novos meios de informação eram um canal muito eficaz de difusão da mensagem católica, se revelou um grande comunicador de massas.

Seu compromisso com as telecomunicações ficou claro na mensagem que lançou em janeiro de 2001 pela Jornada Mundial das Comunicações Sociais, quando pediu que os fiéis propagassem o Evangelho através da Internet e via satélite.

"No mundo de hoje todas os terraços são como uma floresta de transmissores e antenas, enviando e recebendo mensagens. É de vital importância se certificar que entre essas mensagens não falte a palavra de Deus", declarou o papa naquela ocasião.

Com a passagem dos anos, ficaram cada vez mais freqüentes as conexões via satélite para levar a imagem e a voz do Pontífice a lugares onde ele não podia estar fisicamente, como no encerramento do Congresso Eucarístico Internacional realizado em outubro em Guadalajara (México).

Em outros casos, como em suas audiências semanais na Praça de São Pedro do Vaticano, telões eram utilizados para permitir aos fiéis olhar o papa de perto.

Mesmo revolucionando o sistema de comunicações, o desenvolvimento tecnológico não acabou com o característico ritual da Santa Sé, como ficou claro com o falecimento de João Paulo II.

Com a morte do Pontífice foi iniciada uma série de ritos com tradição secular, que começaram com a confirmação de sua morte e a destruição do "Anel do Pescador", símbolo do pontificado.

Ao verificar a morte, o cardeal camerlengo, o espanhol Eduardo Martínez Somalo, retirou do dedo de João Paulo II o anel, que foi destruído junto com o selo de prata do papa diante dos cardeais para evitar falsificações.

Seu corpo foi vestido com as vestimentas pontificais, sotaina branca e casula vermelha, e em seu dedo foi colocado outro anel de ouro e de uso habitual, como indica a tradição.

Seus restos foram expostos neste domingo durante algumas horas no Palácio Apostólico para a solene homenagem da Cúria. A partir de amanhã, segunda-feira, e durante três dias será a vez dos fiéis, que poderão ver o corpo de Karol Wojtyla na Basílica de São Pedro.

As pautas sobre o funeral também serão seguidas rigorosamente: a tradição estabelece que elas devem acontecer entre o quarto e o nono dia depois da morte, por isso devem acontecer no final desta semana, algo que será decidido amanhã na congregação geral de cardeais.

O período de luto que contempla o protocolo vaticano começou hoje e continuará até o próximo dia 12, em nove dias nos quais cada cardeal deve celebrar uma missa de mortos.

Depois do funeral acontecerá o enterro, mas neste caso a tradição pode ser rompida se for decidido que João Paulo II será sepultado na Cracóvia, na Polônia, e não na basílica de São Pedro.




Fonte: Terra

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