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Cultura
Sábado - 02 de Abril de 2005 às 15:12
Por: Raquel Teixeira

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Cultura, artes plásticas, produtos turísticos e, agora, o artesanato de Mato Grosso que se torna produto de exportação, gerando renda, empregos, aliado ao desenvolvimento sustentável, sendo levado a países da Europa e Ásia, mostrando o potencial explorado de forma racional, que vem agregando novos valores às atividades de centenas de famílias mato-grossenses.

Uma mostra do processo pelo qual está passando o artesanato, feito com produtos essencialmente regionais como madeira, couro, cerâmica e sementes, pode ser conferida no estande da Secretaria de Estado de Industria, Comércio e Mineração (Sicme), na 12ª Festa Internacional do Pantanal, no Centro de Eventos Pantanal, em Cuiabá.

Responsável pela gestão do processo de organização, incentivo e industrialização do artesanato, a Sicme, por meio do Programa Estadual do Artesanato, pretende transformar a atividade em uma indústria de qualidade e com produção em escala, gerando, conseqüentemente, mais conhecimento com o trabalho individual de cada artesão e gerador de empregos, deixando de ser apenas uma atividade secundária.

Peças como calçados (botas e sandálias), bolsas, carteiras, entre outros, são produzidas com couro de avestruzes criadas em Chapada do Guimarães. Da ave, da qual são retirados variados produtos, ainda é aproveitada a casca do ovo com a qual são produzidas belas peças decorativas. A famosa cerâmica de São Gonçalo e os licores, redes e doces produzidos nas comunidades ribeirinhas de Cuiabá também integram o grupo de produtos avaliados e aptos pela Sicme a fazer parte do artesanato de exportação. Há ainda as bijuterias confeccionadas com sementes da Amazônia, como açaí, timburi, olho-de-boi e jarina.

Tombada como patrimônio cultural do Estado, a viola de cocho também integra o grupo de produtos, entre elas, as produzidas pela família de ‘Seo’ Caetano dos Santos, que junto com os filhos Paulo e Alcides, confecciona em oficina de fundo de quintal, no bairro Dom Aquino, em Cuiabá, as peças com muita habilidade e fino acabamento, e em algumas das peças está inscrita a história do instrumento e gravadas paisagens mato-grossenses.

Para compor o artesanato de exportação, o produto deve, conforme estabelece o programa da Sicme, obedecer a critérios importantes, como a qualidade conferida às peças, além de serem produtos exclusivos para o mercado externo. "São avaliados também o valor agregado tanto econômico, quanto cultural conferido pelo produto, e se produção é adequada a atender a demanda", observa Elvira Leite, responsável pelo Programa de Artesanato.

"O artesanato é de boa qualidade, a confecção e o cuidado na elaboração das peças cresceram consideravelmente. Por isso, chamam muito a atenção do mercado externo, principalmente, por serem feitos a partir de matérias-primas que não afetam o meio ambiente", afirma a artesã Lúcia Afonso, do Município de Sinop, que produz bijuterias feitas com sementes e várias espécies de castanhas da Amazônia e já exporta suas peças para a França e Espanha.

Expondo suas peças há mais de dois anos em Cuiabá, inclusive, durante a Amazontech 2004, Lúcia credita o sucesso nas vendas, pois consegue vender mais de 90% do que é exposto, ao cuidado com que cada colar, brinco, pulseira e cintos são trabalhados, buscando valorizar a matéria-prima encontrada em abundância no Estado e também conferir a cada peça um toque de individualidade.

Para estimular a produção sustentável do artesanato, a Associação dos Artesãos de Sinop reuniu em um mesmo local na Festa do Pantanal os produtos feitos também com madeira, buriti e bambu. "A procura pelos produtos economicamente sustentáveis é bem maior. Quem adquire valoriza a nossa produção e ainda divulga as belezas de nosso Estado", destaca o presidente da associação, Janilton Reis.




Fonte: Secom - MT

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