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Internacional
Sábado - 02 de Abril de 2005 às 15:03

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O futuro conclave que elegerá o sucessor de João Paulo II conta há muito tempo com uma incógnita, pois ainda não se sabe se fará parte dele o cardeal "in pectore", cujo nome é desconhecido publicamente.

Em 21 de outubro de 2003, João Paulo II nomeou 31 novos cardeais, um deles "in pectore". Seu nome não foi revelado e ele não foi ordenado cardeal.

O Código de Direito Canônico cita a figura desse cardeal "oculto" e afirma que ele "não tem nenhum dos direitos ou deveres dos cardeais, adquirindo esses deveres e direitos quando o Romano Pontífice divulgar seu nome, mas a efeitos de procedência refere-se ao dia em que seu nome foi reservado in pectore".

Isso quer dizer que quando for divulgado seu nome, o cardeal "in pectore" terá a mesma antigüidade que os outros 30 cardeais anunciados há quase um ano e meio.

A incógnita é se o Papa polonês tinha realmente em sua cabeça o nome desse cardeal ou se era uma carta que estava guardando para o futuro.

O nome do cardeal "in pectore" por ser revelado em algum documento assinado pelo papa que for publicado após sua morte, por isso o cardeal seria incorporado ao Colégio Cardinalício que elegerá o próximo Bispo de Roma.

No entanto, pode ser que ele não tenha escrito o nome desta pessoa e nem tenha deixado prova alguma, em cujo caso o beneficiário nunca chegaria à púrpura. Os especialistas vaticanistas acham que o papa tinha alguém em mente quando anunciou a figura do cardeal "in pectore" e que provavelmente o nome será revelado após sua morte.

A partir daí começam as hipóteses sobre quem poderia ser o cardeal "in pectore". Há duas teorias muito diferentes. O papa pode premiar algum de seus atuais colaboradores no Palácio Vaticano ou reconhecer o trabalho de um dirigente católico em países onde a Igreja atravessa dificuldades.

No primeiro caso um dos nomes que mais circulam é o do arcebispo polonês Stanislaw Dziwisz, que foi durante quase 40 anos o secretário de Karol Wojtyla, primeiro na arquidiocese da Cracóvia e depois na Santa Sé.

Outro possível candidato é o arcebispo argentino Leonardo Sandri, atual substituto da Secretaria de Estado (uma espécie de adjunto ao primeiro-ministro vaticano) e que nos últimos tempos foi a "voz" do Papa nas audiências devido à sua dificuldade para falar.

A segunda linha aponta que o Papa daria apoio a uma Igreja que esteja passando por dificuldades, nomeando um cardeal que pertença a ela.

Na China os católicos sofrem com um tratamento duro e às vezes são perseguidos e presos pelo governo local, enquanto na Rússia a relação com a Igreja ortodoxa de Moscou e com o próprio Executivo é delicada.

A nomeação de um cardeal chinês ou russo seria uma mostra de apoio aos católicos desses países, mas Wojtyla pode não tê-la anunciado antes para não prejudicar a imagem e do purpurado.

Em qualquer caso, se a identidade do cardeal "in pectore" for revelada após a morte de João Paulo II e for alguém com menos de 80 anos, poderá entrar na Capela Sistina para escolher o sucessor e o Colégio reunido em conclave estaria integrado por 118 religiosos.




Fonte: EFE

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