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Internacional
Sábado - 02 de Abril de 2005 às 06:29

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O ex-presidente polonês e dirigente histórico do sindicato Solidariedade, Lech Walesa, disse que "sem o Papa, o comunismo teria chegado a derramar sangue", em uma entrevista publicada pelo jornal francês Le Figaro neste sábado.

"O final do comunismo já se vislumbrava no horizonte e apenas a hora de sua queda continuava sendo uma incógnita, mas sem o Papa, o comunismo teria chegado a derramar sangue. O Santo Padre permitiu que o desfecho transcorresse de maneira mais ou menos pacífica", declara o Prêmio Nobel da Paz, amigo de João Paulo II, o único Papa polonês da história.

João Paulo II "nunca vacilou em proclamar sua verdade frente à filosofia, totalmente contrária, que representava o marxismo. O Santo Padre levantava a voz e fala alto e claramente. Por isso, o sistema ateu perdeu toda a possibilidade de ganhar", acrescentou.

Karol Wojtyla foi eleito Papa em outubro de 1978 e viajou a Polônia, sua cidade natal, no ano seguinte. "Nessa viagem, ele permitiu que nos contássemos, víssemos a imensa multidão de todos os que rezavam, de todos aqueles que se identificavam com os mesmos valores cristãos", lembrou Lech Walesa.

Segundo ele, o Partido Comunista queria nos provar que nossas filas estavam cada vez mais esvaziadas. Queria mostrar que a Polônia tinha perdido sua fé cristã e que os partidários da mudança tinham ficado reduzidos a quase nada". "O Santo Padre reverteu o processo, mudou nossa maneira de pensar. João Paulo II nos mostrou a verdade", acrescenta Lech Walesa. "João Paulo II foi o São Pedro de nosso tempo e não temos direito de julgá-lo".

Os jornais russos também destacaram neste sábado o papel de João Paulo II na queda dos regimes comunistas da Europa Oriental. "O Papa desempenhou um papel importante na queda do sistema socialista", destaca o jornal de oposição Kommersant. "O atentado de 1981, atrás do qual estava a KGB, segundo alguns especialistas, foi provocado precisamente por esta atividade".

Para o jornal popular Komsomolskaya Pravda, "vários políticos americanos apoiaram ativamente a chegada de Wojtyla à Santa Sé, começando pelo célebre anticomunista Zbignew Brzezinski" (ex-conselheiro para Segurança Nacional). O jornal governista Rossiiskaya Gazeta destaca as relações pessoais entre os presidentes russos Boris Yeltsin e Vladimir Putin e João Paulo




Fonte: AFP

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