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Cultura
Quarta - 30 de Março de 2005 às 15:32
Por: Ana Moreira

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Uma das maiores preocupações do secretário João Carlos Vicente Ferreira é com a interiorização das ações da Secretaria de Estado de Cultura. Para ele, embora no geral a Sec esteja se destacando com a promoção de cursos de capacitação, apoio direto a eventos culturais e no gerenciamento de programas como o da Revitalização do Centro Histórico de Cuiabá e o Programa de Recuperação e Revitalização do Patrimônio Histórico em todo o Estado, é necessário que a Pasta dê a todos os Municípios as mesmas oportunidades oferecidas para Cuiabá e Várzea Grande. Dessa preocupação é que surgiu o sistema de cotas em alguns cursos que a Sec está colocando à disposição dos interessados e por meio do qual parte das vagas é destinada ao Interior.

O secretário se declara satisfeito com o interesse geral pelas atividades que a Secretaria vem desenvolvendo. "Estamos alcançando o objetivo proposta, que passa, principalmente, pela interiorização das nossas atividades. E a resposta dos Municípios tem sido excelente", destaca. João Carlos se referiu aos cursos que têm despertado muito interesse da parte de músicos e outros artistas de todas as regiões de Mato Grosso, como os de ator e o de regentes corais, além do curso de regente de bandas.

João Carlos Vicente Ferreira nasceu em 27 de março de 1954, em Santa Cecília do Pavão (PR). É publicitário e escritor, com mais de dez livros publicados sobre a História e a Cultura Mato-grossenses e de outras regiões do País.

Vive em Mato Grosso desde 1990. Foi diretor cultural da Fundação Júlio Campos, criador do Projeto Memória Viva, editor da Editora Buriti, conselheiro eleito do Conselho de Cultura do Estado de Mato Grosso, foi presidente eleito da Sabemt (Sociedade Amigos da Biblioteca Pública Estadual de Mato Grosso), é presidente eleito do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso, instituição cultural mais antiga do Estado de Mato Grosso, da qual é sócio efetivo desde 1996.

Confira a entrevista com João Carlos Vicente Ferreira, que é secretário de Estado da Cultura de Mato Grosso desde 13 de maio de 2004.

1. Quais as principais ações desenvolvidas pela Secretaria de Cultura, atualmente?

João Carlos - Veja bem: se falta ainda muito por fazer, podemos dizer que muito já foi feito no setor cultural em Mato Grosso. E quero destacar que isso se deve, primeiramente, à sensibilidade e ao empenho do governador Blairo Maggi, que não tem medido esforços para apoiar as iniciativas da Secretaria. Podemos citar, por exemplo, esse grandioso e ousado programa de recuperação e revitalização do Patrimônio Histórico Mato-grossense. O governador entrou pessoalmente com seu prestígio nessa empreitada.

Em parceria com a Secretaria de Assuntos Estratégicos, liderada pelo secretário Cloves Vetoratto, e com a Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), foi entregue à sociedade mato-grossense o Palácio da Instrução totalmente recuperado e readaptado para atender a uma demanda que cresce a cada dia. O Palácio da Instrução foi entregue com espaços internos mais amplos e oferecendo mais conforto aos estudantes e visitantes em geral.

Outra parceria, desta vez com a Secretaria de Trabalho, Emprego e Cidadania e com o apoio incansável da secretária Terezinha Maggi, possibilitou que o prédio ganhasse um espaço para pesquisas na Internet, possibilitando a inclusão digital, por meio da qual os estudantes mais carentes podem acessar a rede de mundial de computadores.

2. Ainda em relação ao Patrimônio, quais outras ações podem ser destacadas?

João Carlos - A recuperação da Igreja Nossa Senhora do Bom Despacho também foi uma das ações de maior vulto realizadas até agora. Na seqüência, estamos trabalhando para a restauração do Cine Teatro, do Seminário da Conceição e de outros prédios de importância histórica para Mato Grosso. Estamos trabalhando na recuperação do Centro Histórico de Cuiabá. Mas, é preciso ressaltar que a revitalização desses espaços não proporciona apenas alento para o nosso espírito preservacionista e memorioso, mas, sobretudo, nos possibilita dar nova função a esses espaços, que fazem parte de nossa História.

3. Como já vem acontecendo regularmente, a proposta de destinar vagas para pessoas do Interior do Estado nos cursos de bandas, corais, ator etc. é uma das orientações da Sec?

João Carlos - Sem dúvida, nossa meta é integrar os Municípios, oportunizando capacitação onde haja interesse. A interiorização das ações da Sec é uma de nossas preocupações. Assumimos exatamente com essa orientação de não limitar os benefícios que a Sec pode proporcionar.

Hoje, eu percorro o Interior e fico satisfeito de ver alunos de Municípios longínquos que nunca esperavam esse tipo de oportunidade e, hoje, estão participando ativamente de cursos gratuitos oferecidos pela Secretaria, seja o de regente de bandas, o de regente de corais, de ator e outros. Posso dizer, com certeza absoluta, que hoje a Sec está presente no Interior do Estado e contribuindo bastante para o desenvolvimento artístico cultural de nosso povo.

4. Em relação à capacitação propriamente dita, além dos cursos regulares que já são oferecidos na Casa Cuiabana, quais outros a Sec está promovendo?

João Carlos - Numa iniciativa inédita, a Sec está promovendo, atualmente, curso de ator, totalmente gratuito e com 50% das vagas ocupadas por alunos do Interior do Estado. Devido ao sucesso do curso de regente de bandas, realizado no ano passado, estamos retomando esse curso em 2005, também dando oportunidade aos alunos do Interior. Estamos ainda realizando um curso de regente de corais, oficinas diversas e retomando o projeto Teatro Itinerante.

5. Ainda no campo da música, que ações poderíamos realçar?

João Carlos - Estamos também investindo na busca de novos talentos musicais, com a realização, neste ano, de três festivais de música: o Festival Universitário de Música, o Festival Mato-grossense de Música e o Festival de Música Instrumental. Aliás, depois de vários anos sem festivais competitivos em Mato Grosso, essa proposta objetiva resgatar a tradição dos grandes festivais que foram realizados em nosso Estado.

6. Em relação a intercâmbio cultural, sabe-se que o senhor fez muitos contatos durante a Expedição Internacional Estradeiro 4, que percorreu a Bolívia, o Peru e o Chile. Que ação concreta resultou desses contatos?

João Carlos - Nós recebemos da Bolívia um espetáculo magnífico, realizado na Igreja Nossa Senhora do Bom Despacho, o Coro e Orquestra San Ignácio e, em contrapartida, iremos mostrar naquele País um pouco de nossa cultura. Conseguimos apresentar muito bem a idéia do Centro Sul-americano de Cultura, idealizado pelo governador Blairo Maggi, a ser instalado no prédio da Assembléia Legislativa, como instrumento de integração cultural com aqueles países. Inclusive, já conseguimos o apoio traduzido em parceria para que o projeto seja realizado.

Estamos participando ativamente do Fórum Brasil Central, que envolve ações integradas e de intercâmbio entre os Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal e Tocantins. Eu considero importante destacar também o apoio da Sec aos eventos já consagrados, como o Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá, o Festival Inverno de Chapada dos Guimarães, a parceria na realização da Festa Internacional do Pantanal, entre outros.

7. E em relação ao Fundo Estadual de Fomento à Cultura, cuja regulamentação já está em vigor?

João Carlos - O que percebemos é que tanto produtores quanto gestores culturais receberam muito bem a nova forma de incentivo à produção cultural. Se de um lado, a antiga Lei Hermes de Abreu obrigava o artista a também ser um agente de captação - o que era uma maratona e nem sempre positiva -, com a nova lei, ele terá mais tempo para se dedicar ao seu produto, pois, aprovado pelo Conselho Estadual de Cultura, o artista já recebe o recurso necessário para a realização de seu trabalho




Fonte: Secom - MT

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