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Politica Brasil
Terça - 29 de Março de 2005 às 16:49
Por: José Luiz Laranja

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Nesta quinta-feira (31) completa-se 41 anos da Revolução de 1964. O ato enquadra-se dentro da situação política mundial pós Segunda Guerra, auge da Guerra Fria, quando EUA e URSS atuavam no sentido de ampliar suas áreas de influência em todos os quadrantes do mundo. A estratégia era apoiar grupos políticos rivais dentro de uma nação e através da possível vitória destes, submeter os governantes, alçados ao poder, ao atendimento de seus interesses.

Durante a participação do programa Entrevista Coletiva, da TV Assembléia Canal 36, nesta terça-feira (29), o professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e historiador, Carlos Bertolini explicou que o Golpe Militar de 64 se insere nesse processo. Os Estados Unidos apoiaram a Revolução contra João Goulart (Jango) que supostamente era um simpatizante soviético. Indícios e provas sobre o apoio dos EUA não faltam.

“Hoje, sabemos que o embaixador americano, Lincoln Gordon e o coronel Vernon Walters, atuaram ativamente nas decisões que antecederam o 31 de março. Diversos documentos comprovam que Gordon sabia da existência de uma operação para dar apoio à revolução, caso houvesse uma resistência”, destacou o historiador.

De acordo com Bertolini, a Revolução foi um Movimento político-militar deflagrado em 31 de março de 1964 com o objetivo de depor o governo do presidente João Goulart. Sua vitória naquela época acarretou profundas modificações na organização política do país, bem como na vida social e econômica. Todos os cinco presidentes militares que se sucederam desde então, declararam-se herdeiros e continuadores da Revolução de 64.

Segundo o historiador, dois fatores negativos após a revolução afetaram diretamente o Brasil. 1º) participação política insuficiente para a democracia; e 2) grande déficit educacional. Porém, ele lembra também que há fatores positivos destacando a liberdade de imprensa, fim do regime autoritário e censura cultura e, ainda a organização partidária com a criação do Ministério da Defesa, unificando as três forças armadas.

“O período pós-revolução de 30 foi caracterizado pela existência de governantes que podemos denominar de populistas, política que procura manipular e utilizar as massas trabalhadoras para a sustentação do poder”, afirmou Bertolini.

Para o professor da UFMT, a história diz que no dia 30 de março as tropas do General Mourão Filho começam a se deslocar para o Rio de Janeiro.

Jango, visando combater essa iniciativa, despacha tropas para conter os militares mineiros, mas estas aderem ao movimento e ganha apoio de outras unidades militares de São Paulo, Guanabara do Rio Grande do Sul. Jango retira-se para o Rio Grande do Sul e desiste de organizar um movimento de resistência, apesar das pressões de Brizola que era favorável a um confronto.

Em Brasília, o cargo de presidente é declarado vago. O presidente do senado, Auro de Moura Andrade, de acordo com a Constituição, empossa Ranieri Mazzili, que era o presidente da Câmara dos Deputados. O governo norte americano será o primeiro a reconhecer a nova situação.

Vitória da reação conservadora, comandada pelos militares, eliminando definitivamente o populismo e dando início a uma nova estratégia e temporada de caça aos oprimidos, desfavorecidos e em menor ou maior escala, á classe média. Como sempre ocorreu em todos os momentos da história brasileira...sem exceção.




Fonte: Da Assessoria/AL

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