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Quinta - 24 de Março de 2005 às 09:55

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A incidência de tuberculose na cidade de São Paulo está acima da média brasileira: quase 63 casos para cada cem mil habitantes na capital paulista contra 48,4 para cada cem mil no Brasil. A concentração, porém, é ainda maior entre os imigrantes bolivianos.

São muitas as estimativas sobre a população total desses imigrantes na capital. O consulado tem 15 mil cadastrados, mas estima que existam mais, por volta de 60 mil. A pastoral do Imigrante Latino-americano estima entre 60 e 80 mil, mais de 40% ilegais. Segundo o padre responsável pela pastoral, Roque Patussi, algumas pessoas calculam que existam mais de 200 mil bolivianos só na capital paulista.

Patussi informou que no ano passado a pastoral ajudou mais de 5 mil imigrantes de vários países a legalizar sua situação. Desses, 86% eram bolivianos. "Se você considerar que cada um regulariza não apenas a sua situação, mas a de sua mulher e de um filho que seja, já são mais de 13 mil", comenta.

A experiência da Unidade Básica de Saúde (UBS) do Brás, bairro do centro de São Paulo, no qual reside e trabalha a maioria dos bolivianos, mostra como a incidência é mais alta entre os esses imigrantes. Segundo Vagner Urias, coordenador do Programa da Saúde da Família (PSF) na unidade, ligado ao Ministério da Saúde, os bolivianos já chegaram a ser 58% dos pacientes em tratamento de tuberculose. Dos cem pacientes da UBS atendidos desde fevereiro de 2001, quando começou o programa de tratamento supervisionado de tuberculose, mais da metade foi de bolivianos.

Para conseguir atender melhor os imigrantes bolivianos e de outros países latino-americanos que moram na região, todos os funcionários da UBS do Brás receberam aulas de espanhol e de cultura dos países vizinhos. Segundo Urias, pela prioridade que dá ao programa, a unidade conseguiu uma taxa de cura de 94% dos casos tratados, maior do que a meta estabelecida pelo ministério, de 80%.

O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, afirma que o Sistema Único de Saúde brasileiro não discrimina ninguém. "Qualquer pessoa que procura o posto vai receber o diagnóstico e o tratamento sem nenhuma averiguação sobre sua condição legal". Hoje todos os imigrantes, legalizados ou não, recebem o mesmo tratamento oferecido aos brasileiros. No caso da tuberculose, o governo garante transporte entre a residência e o local onde, todos os dias, o paciente recebe café da manhã e toma o remédio, na presença de um enfermeiro ou médico. O governo também fornece uma sexta básica durante os seis meses de tratamento.





Fonte: Agência Brasil

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