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Esportes
Quarta - 23 de Março de 2005 às 11:14

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Os problemas enfrentados pelo Rio para organizar o Pan de 2007 vão comprometer seriamente a intenção do Brasil de tentar concorrer a sede dos Jogos Olímpicos, que o COB manifestou logo após perder a disputa por 2012.

Para o advogado Alberto Murray Neto, membro da Assembléia do Comitê Olímpico Brasileiro e neto de Sylvio de Magalhães Padilha, que presidiu a entidade de 1963 a 1990, "se o projeto não for feito de acordo com o prometido, esquece (2016)":

"Ele era tecnicamente melhor que o de San Antonio (que perdeu para os cariocas), mas não sendo cumprido tira nossa credibilidade".

Segundo Murray, o fato de o Rio estar tendo de revisar o orçamento, que era de 225 milhões de dólares e pode ficar mais de 50% mais caro, é grave, pois não se sabe quem irá pagar a conta.

"Em 1975, quando os Jogos seriam em São Paulo, meu avô foi chamado a Brasília, e o governo avisou que fechara as torneiras, não ia mais liberar verba. A ditadura divulgou que São Paulo abriu mão (do Pan) por causa do surto de meningite com medo de não atrapalhar a imagem do país, mas não foi isso".

Para Antonio Afif, especialista em administração esportiva, os problemas do Rio reforçam a tese do Comitê Olímpico Internacional, que tirou a cidade da disputa por 2012 alegando que, apesar de o projeto ser bom, as chances de o Brasil implementá-lo eram poucas.

"Sou muito cético em questões que envolvem a participação do governo no esporte".

Com ele, concordam dirigentes de 15 de 20 confederações olímpicas contatadas pelo jornal. E lamentam que, para 2007, algumas das promessas do prefeito Cesar Maia, como a construção de uma nova linha de metrô até a Barra, ensino de noções básicas de inglês e espanhol para taxistas a partir de janeiro passado e rede hospitalar de primeira, terem caído no vazio.

O Comitê Olímpico Brasileiro, por sua vez, acha que o Pan de 2007 contribuirá muito para uma futura candidatura do Brasil à sede dos Jogos Olímpicos.

"O Co-Rio, a Prefeitura, o governo do Estado e o Federal estão empenhados em promover uma excelente organização, que deixará um legado para o Brasil", disse André Richer, vice-presidente do COB no exercício da presidência.

Ele lembrou que "em nenhum momento o metrô ou qualquer outra obra estrutural na cidade fez parte do projeto do Rio".

"As propostas colocadas pela Prefeitura do Rio foram no sentido de melhorar o projeto".

Afirmou ainda que uma candidatura olímpica difere de uma pelo Pan e requer o cumprimento integral de 19 temas do Caderno de Encargos, entre os quais as garantias financeiras para que o projeto seja cumprido.

"São duas realidades distintas que não devem ser confundidas. Desde que cumpridos integralmente os 19 temas, a cidade tem chances de receber a Olimpíada".





Fonte: Lancepress

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