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Internacional
Sexta - 18 de Março de 2005 às 11:34

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A polícia russa interrogou na sexta-feira um ex-oficial das forças especiais pela tentativa de assassinato de Anatoly Chubais, uma das personalidades mais conhecidas da Rússia e o arquiteto das reformas pós-soviéticas do país.

Chubais escapou ileso na quinta-feira da explosão de uma bomba na rua em que sua comitiva passava. A comitiva também foi alvo de tiros de metralhadora. O ataque aconteceu quando ele se dirigia ao trabalho.

A grande especulação era de que o ataque estivesse relacionado a alguma disputa comercial ou às atividades políticas de Chubais como reformista.

Alguns analistas disseram temer que o episódio represente o retorno à instabilidade que marcou a Rússia nos anos 1990, depois da derrocada da União Soviética.

Uma porta-voz da promotoria de Moscou disse à Reuters que um homem havia sido preso sob a suspeita de tentar matar Chubais, mas se recusou a identificá-lo.

Agências de notícias russas, atribuindo a informação a fontes policiais anônimas, disseram que o suspeito é um ex-especialista em operações militares de sabotagem, e que tem 57 anos.

A polícia chegou ao endereço do suspeito através de um carro encontrado perto do local do ataque, que estava em nome da mulher dele. Depois encontrou explosivos em sua casa, no centro de Moscou, afirmou a agência Interfax.

Ainda não havia informações mais precisas sobre os supostos motivos do ataque ou se o suspeito teria agido sozinho.

O jornal Kommersant, também citando fontes policiais, disse que o suspeito é um coronel aposentado e veterano condecorado da invasão do Afeganisão pela União Soviética. Segundo o periódico, seu filho mais novo, Alexander, também pode ter sido preso.

Chubais disse a repórteres na quinta-feira que sabia de um plano para matá-lo, mas não quis dizer quem achava estar por trás do ataque.

Ele afirmou ter sido alvo em novembro de três tentativas de assassinato, segundo ele ligadas a sua atividade política.

O magnata de 49 anos se transformou num personagem odiado na Rússia por sua atuação nas reformas pós-soviéticas, nas quais duas dúzias de "oligarcas" ficaram milionários enquanto as pessoas normais sofreram uma grande queda em seu padrão de vida.

Hoje, Chubais é executivo-chefe do Sistema Unificado de Energia, e o principal incentivador das reformas para introduzir a competição no setor de energia elétrica do maior país do mundo.

O magnata do alumínio Oleg Deripaska é tido como o principal adversário de Chubais. Os dois estariam disputando uma usina hidrelétrica na Sibéria. Todos os envolvidos em conflitos comerciais com Chubais negaram qualquer envolvimento no ataque de quinta-feira, afirmou a imprensa local.




Fonte: Reuters

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