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Internacional
Segunda - 14 de Março de 2005 às 19:29

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A suposta vítima dos abusos sexuais de Michael Jackson reconheceu nesta segunda-feira, diante das perguntas da defesa, que uma vez disse a um professor de sua escola que o cantor americano não tinha feito nada de mau a ele.

"Disse ao professor Alpert que ele (Jackson) não tinha feito nada contra mim. Disse isso duas vezes", admitiu o jovem, durante o intenso interrogatório do advogado do cantor, Thomas Mesereau.

Além disso, o jovem reconheceu que na noite passada se reuniu com o promotor do caso, Tom Sneddon, e alguns de seus ajudantes, para falar sobre as conversas que teve com o professor responsável pela disciplina e assessoria dos estudantes.

A defesa de Jackson tenta provar que o menor, de 15 anos, e que tinha 13 quando os abusos teriam acontecido, está mentindo.

Esse é o objetivo das perguntas do advogado de defesa, em um intenso interrogatório que começou na quinta-feira passada e que poderia continuar durante toda a sessão de hoje.

Mesereau busca contradições no testemunho do menor, que na semana passada falou abertamente das duas vezes em que teria sido masturbado pelo cantor.

Jackson, de 46 anos, tem um total de dez acusações, quatro delas por abuso sexual contra um menor.

Supostamente, duas delas são mencionadas pelo menor e outras duas foram indicadas por seu irmão.

Os supostos abusos aconteceram no início de 2003, no rancho "Neverland", de propriedade do cantor, quando o menor estava se recuperando de um câncer.

A suposta vítima disse durante seu testemunho que nas duas vezes os abusos aconteceram na cama de Michael Jackson, após ter ingerido bebida alcoólica, e duraram cerca de cinco minutos.

O menor contou todos esses detalhes com naturalidade, sem o nervosismo que antecedeu o testemunho de seus irmãos e que fizeram com que perdessem a credibilidade.

Ainda assim, Mesereau busca qualquer contradição para gerar dúvidas na mente do júri sobre a credibilidade do menor.

Durante sua sessão de perguntas, o advogado de defesa se concentrou em um dos momentos mais delicados da declaração do menor, quando disse que o cantor tinha justificado a masturbação afirmando que era algo necessário se não quisesse estuprar uma mulher.

O advogado disse ao júri que o menor tinha usado esta mesma frase durante seu primeiro depoimento à polícia, mas como algo que sua avó tinha lhe dito.

"Por que mudou a história?", perguntou o advogado diretamente.

"Não mudei nada, porque Michael me disse antes", respondeu.

Mesereau também lembrou ao júri que a suposta vítima começou a falar sobre abusos sexuais após ter consultado um advogado.

Além disso, insistiu na frustração do jovem durante sua recuperação do câncer, quando disse que Jackson "era seu melhor amigo no mundo e estava tentando evitá-lo".

O interrogatório de Mesereau está fazendo efeito no caso contra uma das figuras mais populares do mundo do espetáculo.

Segundo os comentaristas judiciais que acompanham o julgamento - que começou em janeiro passado -, Mesereau mostrou ao júri várias contradições nos testemunhos da acusação.

Entre estas supostas contradições está a dificuldade da acusação de fixar a sucessão temporária em que estes abusos aconteceram.

O menor testemunhou que tinha sido vítima de abusos sexuais em duas ocasiões, mas poderia haver outras que não lembrava.

Seu irmão disse ter presenciado dois ou talvez três incidentes em que seu irmão dormia enquanto o cantor o masturbava, mas Mesereau colocou seu testemunho em dúvida, já que sua presença teria feito soar um potente alarme no quarto do cantor.

As respostas das testemunhas têm um efeito maior no júri que as espetaculares acontecimentos da quinta-feira passada, quando Jackson chegou ao julgamento tarde e de pijama.

Embora o cantor tenha chegado com mais de uma hora de atraso e depois que o juiz Rodney Melville ameaçou emitir uma ordem de prisão, o júri se manteve à margem deste incidente.

O mesmo aconteceu com os pijamas de Jackson, foto de primeira página no mundo inteiro, mas que o júri observou apenas durante a sessão, pois o cantor ficou sentado o tempo todo e fora das vistas dos que decidirão se é culpado ou inocente.

Jackson, que hoje chegou pontualmente e vestindo um flamejante casaco vermelho, com um bracelete preto, se declarou inocente de todos as acusações.




Fonte: EFE

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