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Nacional
Segunda - 14 de Março de 2005 às 04:18
Por: Paulo Maciel

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São Paulo - Em entrevista ao Canal Livre, da "TV Bandeirantes", os presidentes das duas maiores centrais sindicais do País - Paulo Pereira da Silva, da Força Sindical, e Luiz Marinho, da CUT - concordam em um ponto: primeiro é preciso aumentar a representatividade dos trabalhadores, com a reforma sindical, para só depois partir para uma reforma trabalhista. "Se nós fôssemos discutir hoje a reforma trabalhista, com os sindicatos em frangalhos do jeito que estão, é perigoso os trabalhadores perderem os seus direitos", afirmou Paulo Pereira da Silva. "Na verdade, só há sentido em fazer a reforma sindical para fortalecer o conjunto do movimento sindical brasileiro", defendeu Luiz Marinho.

"Não dá para fazer a reforma trabalhista agora, nós temos que primeiro fazer uma reforma da estrutura. Nós estamos agora decidindo quais são as regras, para depois jogar." Paulo argumenta também que, depois da reforma sindical, os trabalhadores poderiam até mesmo dispensar a CLT e partir para os contratos coletivos de trabalho, tal como ocorre na Europa. "Nós precisamos nos organizar melhor, ter força de negociação e, tendo força, você pode até tirar a CLT que fica tranqüilo", acredita o sindicalista. "Se tiver a reforma sindical nós vamos fazer contratos coletivos, substituindo a CLT. Em pouco tempo, ninguém vai ligar para a CLT."

O presidente da CUT, Luiz Marinho, tem opinião semelhante. Ele se diz favorável à troca da proteção individual da CLT pelos contratos coletivos de trabalho. "O que nós precisamos instituir é essa proteção coletiva que a negociação traz", ponderou o sindicalista da CUT. "E, a partir dos contratos coletivos, com maior extensão de validade, automaticamente a proteção que existe para o indivíduo na CLT haverá para o coletivo no contrato, e ela (CLT) deixará de ter toda essa importância que tem hoje."

Marinho prega que a reforma sindical deverá fortalecer os sindicatos para equilibrar a relação de forças com os empregadores. "Na verdade, só há sentido em fazer a reforma sindical para fortalecer o conjunto do movimento sindical brasileiro", defendeu o sindicalista da CUT. "O sindicato se fortalecendo na base, automaticamente fortalecerá o conjunto da estrutura da central sindical à qual ele pertence", continuou. "E, fortalecendo o conjunto do movimento sindical, quem ganhará é o conjunto da sociedade. Porque um sistema democrático para valer precisa ter sindicatos fortes e representativos."




Fonte: Agência Estado

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