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Presidiários no Rio têm aulas de inglês
Rio de Janeiro - Maurício Magno de Assis, de 31 anos, sempre teve vontade de aprender inglês. De família pobre, nunca teve condições financeiras de fazer um curso. Ontem ele teve, finalmente, o primeiro contato com a língua. A sala de aula é dentro do presídio Lemos de Brito, no complexo penitenciário da Frei Caneca, na zona norte do Rio, unidade para presos de alta periculosidade, considerada de segurança máxima.
Assis foi condenado a vinte anos de prisão por ter praticado assalto seguido de morte. Já cumpriu dez e espera deixar a cadeia daqui a quatro. Quando soube que a penitenciária estava oferecendo um curso gratuito, decidiu se inscrever. "Não estou achando difícil. Quero estar preparado para o que me aguarda lá fora", disse Assis, que é vocalista da banda gospel Javé, montada na prisão.
A aula inaugural foi acompanhada por vinte presos, condenados por crimes como estupro, assalto, seqüestro e homicídio. A fila de espera tem mais 40 detentos. O professor, Venício Santos, ensinou tempos verbais e passou noções básicas de fonética. Ele garante que, na formatura, prevista para agosto, os alunos já vão estar falando inglês. Até lá, terão de comparecer ao curso duas vezes por semana, fazer os deveres "de casa" e exercícios na sala de aula.
O professor, que é também fonoaudiólogo e aprendeu inglês estudando sozinho, disse que a metodologia, chamada de New American Stream Line, é da Universidade de Oxford. É simples e já foi utilizada por ele para ensinar alunos da favela Cidade de Deus, onde Santos foi criado. Para se inscrever nas turmas, basta ter completado o ensino fundamental.
Os presos que demonstrarem maior facilidade para falar inglês irão se transformar em instrutores. Santos planeja ainda montar um outro módulo, em que os detentos serão treinados a trabalhar como garçom, guia de turismo e motorista de táxi, se comunicando em inglês. A iniciativa de lecionar na Lemos de Brito surgiu quando o futuro mestre visitou a unidade, a trabalho. Ele servia de intérprete para uma equipe de TV da Grécia, que veio ao Rio fazer um documentário sobre violência.
"Eu vim achando que os presos eram animais, irrecuperáveis", afirmou. "Mas eles querem evoluir. São apenas pessoas que fizeram opções erradas." Santos garante não ter medo de trabalhar no presídio. "Tenho medo é de ser assaltado na rua". O subdiretor do presídio, Marcos Isaías Sena, aprova a idéia. "Esse tipo de atividade acalma o preso, deixa ele com a cabeça ocupada", justificou.
Edson Teixeira, de 43 anos, condenado a 56 por seqüestro (já cumpriu doze), tem se mantido bem ocupado. Ele já passou em três vestibulares para Pedagogia, estudando sozinho em sua cela. Só não cursou porque não teve progressão de regime, já que seu crime é hediondo. Mas Teixeira não desiste. "O que me estimula é aprender coisas que eu não tive oportunidade antes. Faço os vestibulares porque quero ter uma vaga esperando por mim quando sair daqui."
Assis foi condenado a vinte anos de prisão por ter praticado assalto seguido de morte. Já cumpriu dez e espera deixar a cadeia daqui a quatro. Quando soube que a penitenciária estava oferecendo um curso gratuito, decidiu se inscrever. "Não estou achando difícil. Quero estar preparado para o que me aguarda lá fora", disse Assis, que é vocalista da banda gospel Javé, montada na prisão.
A aula inaugural foi acompanhada por vinte presos, condenados por crimes como estupro, assalto, seqüestro e homicídio. A fila de espera tem mais 40 detentos. O professor, Venício Santos, ensinou tempos verbais e passou noções básicas de fonética. Ele garante que, na formatura, prevista para agosto, os alunos já vão estar falando inglês. Até lá, terão de comparecer ao curso duas vezes por semana, fazer os deveres "de casa" e exercícios na sala de aula.
O professor, que é também fonoaudiólogo e aprendeu inglês estudando sozinho, disse que a metodologia, chamada de New American Stream Line, é da Universidade de Oxford. É simples e já foi utilizada por ele para ensinar alunos da favela Cidade de Deus, onde Santos foi criado. Para se inscrever nas turmas, basta ter completado o ensino fundamental.
Os presos que demonstrarem maior facilidade para falar inglês irão se transformar em instrutores. Santos planeja ainda montar um outro módulo, em que os detentos serão treinados a trabalhar como garçom, guia de turismo e motorista de táxi, se comunicando em inglês. A iniciativa de lecionar na Lemos de Brito surgiu quando o futuro mestre visitou a unidade, a trabalho. Ele servia de intérprete para uma equipe de TV da Grécia, que veio ao Rio fazer um documentário sobre violência.
"Eu vim achando que os presos eram animais, irrecuperáveis", afirmou. "Mas eles querem evoluir. São apenas pessoas que fizeram opções erradas." Santos garante não ter medo de trabalhar no presídio. "Tenho medo é de ser assaltado na rua". O subdiretor do presídio, Marcos Isaías Sena, aprova a idéia. "Esse tipo de atividade acalma o preso, deixa ele com a cabeça ocupada", justificou.
Edson Teixeira, de 43 anos, condenado a 56 por seqüestro (já cumpriu doze), tem se mantido bem ocupado. Ele já passou em três vestibulares para Pedagogia, estudando sozinho em sua cela. Só não cursou porque não teve progressão de regime, já que seu crime é hediondo. Mas Teixeira não desiste. "O que me estimula é aprender coisas que eu não tive oportunidade antes. Faço os vestibulares porque quero ter uma vaga esperando por mim quando sair daqui."
Fonte:
Agência Estado
URL Fonte: https://www.reporternews.com.br/noticia/353631/visualizar/
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