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Meio Ambiente
Quinta - 10 de Março de 2005 às 21:37

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Os brasileiros dizem-se dispostos a pagar mais pela água que consomem para evitar a escassez dos recursos hídricos, um risco que temem no futuro, segundo uma enquete de opinião pública divulgada nesta quinta-feira em Brasília.

O estudo "Águas no Brasil: a visão dos brasileiros", encarregado pela organização ecologista Fundo Mundial para a Natureza (WWF, em inglês) ao Ibope, verificou que 74% das 1.000 pessoas interrogadas aceitaria pagar mais pela água.

O coordenador do Programa "Água para a Vida" do WWF-Brasil, Sergio Ribeiro, assegurou que os cidadãos condicionariam esses pagamentos à "garantia de que o governo os utilizaria para proteger os recursos hídricos".

Ribeiro lembrou que desde 1997 o governo brasileiro estuda o regulamento de um projeto de lei, já aprovado pelo Legislativo, que prevê cobrar até 0,02 real (0,007 dólar) por cada litro de água que os consumidores excedam sobre uma determinada quantidade de metros cúbicos mensal.

Um dado que a entidade ecologista considerou valiosa foi a verificação de que 88% dos indagados teme que o país sul-americano enfrente escassez de água a médio e longo prazos.

Os brasileiros acham que o esbanjamento e o consumo exagerado de água, assim como a contaminação e a má preservação ambiental, poderão levar uma das nações com maiores reservas do líquido a sofrer com sua escassez.

A organização não-governamental atribuiu a esse temor o grande interesse dos brasileiros em participar de campanhas para preservar o recurso natural e sua disposição para reduzir o consumo.

A enquete também mostrou que a maior parte dos indagados com idades inferiores a 30 anos aceitaria mudar seus hábitos relativos ao uso de água.

Apesar de atualmente os adolescentes e jovens figurarem como o que admitem desperdiçar mais água no país, a organização assinalou que esses grupos mostraram ter mais flexibilidade para mudar esse costume.

A organização também destacou que o Brasil é um dos países com maior número de comitês cidadãos criados para coordenar o uso e a preservação dos recursos hídricos.

Apesar de existir cerca de cem desses comitês no país, 70% dos brasileiros ignora sua existência e sua finalidade, segundo a entidade.

"É preciso começar a construir uma ponte entre esses comitês e a população", afirmou Ribeiro em entrevista coletiva.

O militante disse que o objetivo do estudo é determinar quais são as diretrizes mais adequadas que a organização deve adotar para iniciar uma campanha que mostre aos brasileiros a importância da água para o futuro do planeta.

Essa campanha pretende fazer com que até 2006 pelo menos 5% dos 180 milhões de habitantes do país tenha esse grau de consciência.





Fonte: EFE

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