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Politica Brasil
Sexta - 04 de Março de 2005 às 17:50

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O ministro Aldo Rebelo (PCdoB-SP) pode deixar a Coordenação Política do governo de Luiz Inácio Lula da Silva para virar ministro do Trabalho, no lugar de Ricardo Berzoini (PT-SP), deputado como ele, cotado para a presidência do Banco do Brasil ou Ministério do Planejamento. Essa é a proposta de ministros e dirigentes petistas que querem tirá-lo da pasta que ocupa, mas não é certo que Aldo aceite uma solução desse naipe, em razão da “fritura” a que está sendo submetido pela cúpula petista.

A reforma ministerial é o assunto principal da pauta da Executiva Nacional do PT, que se reúne nesta sexta-feira, em São Paulo, para discutir o destino do partido após a derrota sofrida na eleição da Mesa da Câmara dos Deputados. A situação do PT na reforma ministerial, a punição do deputado Virgílio Guimarães (MG), candidato dissidente à presidência da Câmara – que é responsabilizado pela derrota do candidato oficial, Luiz Eduardo Greenhalgh (SP) —, e as eleições internas da nova direção do partido são os assuntos na ordem do dia.

Embora conte com o apoio do presidente Lula, Aldo Rebelo sofre freqüente bombardeio da bancada petista na Câmara e da maioria dos ministros do PT. Essa pressão foi intensificada nas últimas semanas e acabou provocando a reação do ministro, que telefonou para o presidente nacional do PT, José Genoino, na terça-feira, para tomar satisfações sobre declarações do secretário-geral do partido, Sílvio Pereira, que pediu sua cabeça. Pereira disse que o PT deveria recuperar a coordenação política do governo em troca de mais espaços para os aliados no governo. Aldo disse que se o PT quisesse o cargo, Genoino deveria pedi-lo formalmente. O presidente nacional do PT desautorizou Silvio Pereira.

O deslocamento de Aldo para o Ministério do Trabalho, um posto mais importante do que o Ministério do Esporte, seria uma maneira de matar três coelhos com uma cajadada: recuperar a coordenação política para o PT, ceder espaço para os aliados na reforma e reduzir o peso do PCdoB no governo. Os petistas argumentam que o partido de Aldo também deve ceder espaços para o PMDB e o PP na Esplanada, entregando também o lugar do ministro Agnelo Queiroz (PCdoB-DF), pois o partido tem dois ministérios e apenas nove deputados. A pasta do Trabalho seria uma promoção para Aldo.

Mudanças

Ontem, no final da tarde, para jogar água fria nas especulações sobre reforma ministerial, o porta-voz André Singer disse que o presidente Lula não tem pressa para realizar mudanças na equipe ministerial e que ainda não há definições sobre essas mudanças. “Quanto à participação dos partidos, é natural que corresponda à necessidade de fortalecer a sustentação política do governo dentro do Congresso”.

Entre os ministros da articulação política, inclusive Aldo, as conversas sobre a reforma ministerial são constantes. Todos já deram sugestões a Lula. Há um consenso de que Roseana Sarney (PFL-MA) deveria ir para o Ministério das Comunicações, com o deslocamento de Eunício Oliveira (PMDB-CE) para a Integração Nacional e a substituição de Amir Lando (PMDB-RO) por Romero Jucá (PMDB-RR), na Previdência. O destino de Ciro Gomes (PPS-CE) poderia ser o Planejamento, mas Antonio Palocci não aceita a proposta. Pedro Henry (PP-MT) estava pré-escalado para o Ministério do Esporte, porém a eleição de Severino Cavalcanti (PP-PE) aumentou o peso do PP, que agora quer um cargo mais importante na reforma. Tudo isso com um detalhe: precisam combinar com o dono das camisas e da bola, o presidente Lula.





Fonte: 24 Horas News

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