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Internacional
Quinta - 24 de Fevereiro de 2005 às 19:20
Por: Mohamed Shivafar

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As autoridades elevaram para mais de 500 o número de mortos no terremoto que na terça-feira passada arrasou o sudeste do Irã, onde os moradores não querem voltar para suas casas com medo de novos terremotos.

Yavad Rashidi, o governador de Zarand, onde foi registrado o epicentro do terremoto, afirmou que 990 pessoas ficaram feridas no desastre, embora outras fontes iranianas tenham elevado o número para cerca de 1.500 e advertem que 200 delas estão em estado grave.

Rashidi, citado pela agência de notícias local Irna, assegurou ainda que 90% dos desabrigados em Zarand, capital da província de Kerman, foram realocados em tendas de campanha levantadas em suas próprias aldeias.

O terremoto teve magnitude de 6,4 graus na escala aberta de Richter e aconteceu de madrugada, o que agravou a tragédia, já que a maior parte da população estava nessa hora em casa.

Os serviços de resgate, formados por soldados das Forças Armadas e voluntários, prosseguem seus trabalhos de buscas em algumas das 40 aldeias afetadas pelo terremoto.

As condições climáticas adversas e a destruição de várias estradas impediam o acesso a algumas pequenas e remotas aldeias montanhosas, especialmente Dahuoeya e Hutkan, que ficam a cerca de 600 quilômetros de Teerã e sofreram o maior dano.

Ainda assim, foi anunciado hoje o resgate de uma menina de 14 anos, que estava presa nos escombros de sua casa.

Também ontem, quarta-feira, as equipes de socorro encontraram com vida uma menina de 14 anos, que perdeu os pais e dois irmãos no desastre.

Segundo fontes próximas às equipes de resgate, em Dahuoeya já não se busca por sobreviventes enquanto em Hutkan algumas fontes disseram que foram encontradas poucas pessoas com vida.

Muitos aldeães agora buscam aparatos e objetos que não foram muito danificados entre os escombros das casas destruídas, a maioria feitas de barro.

"Devido à destruição total de Hutkan e Dahuoeya, temia-se que o número de mortes, só nestes dois povoados, chegasse a 500 pessoas, mas felizmente não foi o que aconteceu", afirmou o governador de Zarand.

As autoridades asseguram que mais de 8 mil casas foram destruídas ou danificadas e afirmam que o prejuízo material supera os 700 bilhões de riais iranianos (cerca de 60 milhões de euros).

Os trabalhos para realocamento dos habitantes dos povoados encontra a reticência das vítimas, que preferem passar a noite ao relento, expostos ao frio e à chuva, por medo de um novo terremoto.

Segundo as autoridades, a região afetada sofreu mais de 130 réplicas desde o terremoto da madrugada da terça-feira.

O Irã está situado numa região de confluência de placas tectônicas, por isso são freqüentes os tremores de terra.

Em dezembro de 2003, um tremor de 6.7 graus na escala Richter sacudiu a cidade de Bam, também em Kerman, e causou mais de 30 mil mortes e a destruição desta cidade medieval.





Fonte: EFE

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