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Internacional
Quarta - 23 de Fevereiro de 2005 às 07:46

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O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, chegou nesta quarta-feira à Alemanha, no terceiro dia de sua visita à Europa com o objetivo de reparar as divergências nas relações entre Estados Unidos e o continente.

O presidente deve se encontrar com o chanceler alemão Gerhard Schröder para discutir o controverso programa nuclear do Irã e a reforma da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Schröder, crítico da invasão americana no Iraque, também deve ressaltar o apoio da Alemanha aos esforços de paz dos Estados Unidos no Afeganistão.

O chanceler alemão receberá Bush nesta quarta-feira na cidade de Mainz, que em 1989 acolheu o então presidente americano George Bush.

Schröder e Bush devem enfatizar os pontos que ligam os dois países, minizando as divergências que vieram à tona com a guerra do Iraque.

Tom conciliatório

Segundo o correspondente da BBC em Mainz, Ray Furlong, a visita seria inimaginável na época da ocupação americana, quando o gabinete alemão comparou Bush a Hitler, e o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Donald Rumsfeld, disse que os alemães faziam parte da "velha Europa".

As relações também estremeceram quando Schröder foi reeleito, em 2002. Muitos em Washington acreditavam que ele tinha conseguido ser reeleito se apoiando em uma plataforma anti-americana.

O tom em Mainz deve ser mais conciliatório, com a Alemanha ressaltando suas contribuições para os esforços de paz no Afeganistão, onde suas tropas formam grande parte de um contingente da Otan.

Um artigo de Schröder em um jornal alemão enfatiza a parceria entre Estados Unidos e Alemanha na "luta contra o terrorismo, contra a proliferação de armas de destruição em massa, contra a pobreza e epidemias como a Aids".

Otan

No entanto, segundo Furlong, os alemães continuam céticos sobre o governo de Bush, e Schröder quer mostrar que está sendo ouvido pelo presidente americano.

O chanceler alemão pediu por mudanças no papel da Otan e por um maior peso político para as conversas diretas entre União Européia e Estados Unidos com relação à organização, uma visão que não é compartilhada por Bush.

Schröder também deve pedir pelo envolvimento do Irã nas negociações sobre seu programa nuclear, e não o uso de forças, como já foi feito pelos americanos.

Questões sobre a proibição da venda de armas à China também devem ser levantadas.

Na quinta-feira, Bush viaja para a Eslováquia, onde deve se encontrar com o presidente da Rússia, Vladimir Putin.

Bélgica

Na terça-feira, Bush recebeu o apoio europeu para as ações de levar estabilidade ao Iraque.

Em encontros em Bruxelas, na Bélgica, os países-membros da Otan prometeram ajuda ao novo governo iraquiano, como assistência no treinamento das forças de segurança do país.

Vários membros da organização farão apenas pequenas contribuições - a França, por exemplo, vai mandar apenas uma pessoa -, mas as promessas foram vistas com um valor simbólico.

"Nós temos diferentes opiniões, sim, de tempos em tempos", disse o secretário-geral da Otan, Jaap de Hoop Scheffer. "Mas ainda temos muito a discutir, e as decisões tomadas aqui são apenas o começo."





Fonte: BBC Brasil

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