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Cultura
Terça - 22 de Fevereiro de 2005 às 22:25

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Quando o frenesi em torno do Oscar passar, talvez o maior vencedor seja o filme que ficar com o menor número de estatuetas da Academia, e esse filme pode ser a comédia Sideways - Entre Umas e Outras.

O filme sobre dois homens de meia-idade em busca do amor durante férias regadas a vinho na região vinicultora da Califórnia foi indicado para cinco prêmios da Academia, incluindo o de melhor filme. Mas os palpites são de que pode ganhar apenas a estatueta de melhor roteiro.

Mesmo assim, deixando de lado suas possíveis vitórias no domingo, o bom recebimento da crítica e o sucesso de bilheterias de Sideways já colocaram o diretor Alexander Payne e o roteirista Jim Taylor na vanguarda dos jovens cineastas mais interessados em histórias humanas do que em ação e efeitos especiais esfuziantes.

Taylor disse à Reuters que o sentimento mais gratificante da temporada de premiações deste ano é resultante da atenção que Sideways, feito com orçamento modesto, vem recebendo de críticos e fãs, mesmo competindo com os filmes de grande orçamento.

A comédia já foi considerada o melhor filme de 2004 por críticos de cinema de Nova York, Los Angeles, Boston, Chicago e San Francisco e recebeu o Globo de Ouro de melhor musical ou comédia. Sua bilheteria já alcança a marca nada desprezível de US$ 54 milhões.

"As pessoas estão comentando o humanismo do nosso filme e especulando sobre uma nova tendência do cinema. É emocionante, porque é esse o tipo de filme de que gostamos", disse Taylor.

Na disputa por melhor longa, os observadores do Oscar este ano estão apostando não tanto em Sideways quanto em Menina de Ouro, de Clint Eastwood, e O Aviador, de Martin Scorsese.



Payne foi indicado para melhor diretor, mas ocupa um segundo plano em relação a Eastwood e Scorsese. E Thomas Haden Church e Virginia Madsen, de "Sideways", enfrentam concorrência acirrada na disputa pelos Oscar de melhor ator e atriz coadjuvantes.

Os observadores do Oscar acham que a melhor chance de Oscar para Sideways é o prêmio de melhor roteiro, que ficaria com Payne e Taylor.

Deixando o Oscar de lado, Taylor acha que ele e Payne já tiveram sorte em Hollywood porque seus quatro filmes foram bem recebidos pelo público. Os críticos dizem que seu sucesso é menos questão de sorte e mais de bons roteiros e boa direção.

Primeiro, em 1996, veio Ruth em Questão, sobre uma mulher que participa com relutância da discussão do aborto. Em seguida foi a vez de "A Eleição", sobre estudantes e um professor numa campanha eleitoral num colégio, que valeu a Payne e Taylor uma indicação ao Oscar de melhor roteiro.

O terceiro filme da dupla, As Confissões de Schmidt, de 2002, valeu indicações ao Oscar para Jack Nicholson e Kathy Bates.

O escritor de Los Angeles Pete Hammond, especializado em cinema, compara os filmes de Payne e Taylor aos de Billy Wilder e o roteirista I.A.L. Diamond, que fundiam drama e comédia, como no caso de Se Meu Apartamento Falasse, premiado com o Oscar em 1960.

O veterano crítico Emanuel Levy compara o trabalho de Payne e Taylor à "nouvelle vague" do cinema francês, na década de 1960, e ao renascimento do cinema norte-americano na década de 1970.





Fonte: Reuters

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