Repórter News - www.reporternews.com.br
Internacional
Domingo - 20 de Fevereiro de 2005 às 02:15

    Imprimir


Bagdá - Ataques rebeldes e ações suicidas em Bagdá e outras partes do Iraque deixaram mais de 50 mortos e dezenas de feridos no Iraque neste sábado, dia no qual os muçulmanos xiitas celebram seu mais importante feriado religioso. Pelo segundo ano consecutivo, violência e mortes marcaram o feriado de Ashura, quando os muçulmanos recordam o falecimento do fundador de sua seita islâmica. Entre os mortos neste sábado figura um soldado do Exército dos Estados Unidos atacado por um militante suicida em Bagdá.

No primeiro ataque do dia, um suicida a bordo de uma motocicleta detonou um cinturão-bomba atado a seu corpo perto de um grupo de pessoas que participava dos funerais de uma mulher morta no dia anterior em atentado similar. Quatro iraquianos morreram no local, inclusive o suicida, e 39 ficaram feridos, muitos em estado grave.

Alguns minutos depois, um ônibus-bomba explodiu perto de uma barreira de automóveis que protegia uma mesquita xiita no distrito de Khadamiya, na capital iraquiana. Além do suicida, pelo menos sete pessoas morreram e dez ficaram feridas - várias com gravidade, segundo fontes médicas locais. Também em Khadamiya, outro militante suicida agiu perto da mesquita de Nada, matando sete pessoas, inclusive três membros da Guarda Nacional. O policial Rashid Haroun disse que 44 pessoas ficaram feridas no ataque.

Num outro ataque na mesma região, um suicida explodiu seu cinturão-bomba depois de intensa troca de tiros com forças de segurança. Além do atacante suicida, outras duas pessoas morreram, uma delas um soldado americano. Em mais um tiroteio do qual participaram soldados americanos pelo menos dez pessoas ficaram feridas.

Em Latifiya, 30 quilômetros ao sul de Bagdá, um militante suicida detonou um carro-bomba e matou nove soldados iraquianos, disse Sabah Yassin, do Ministério da Defesa do Iraque.

Somente na capital iraquiana, oito militantes suicidas promoveram atentados neste sábado. Destes, dois suicidaram-se sem fazer nenhuma outra vítima.

No ano passado, a violência no Ashura deixou 181 xiitas mortos em Bagdá e na cidade santa de Kerbala.

Sexta-feira, pelo menos 36 pessoas foram mortas no Iraque - o mais sangrento dia desde a histórica eleição legislativa de 30 de janeiro que transferiu o poder à maioria xiita depois de várias décadas de hegemonia da minoria sunita (do presidente deposto Saddam Hussein).

Líderes xiitas voltaram a conclamar sua comunidade a desprezar as provocações dos radicais sunitas e não partir para a retaliação, o que poderia desencadear uma guerra civil de proporções catastróficas num momento em que o país começa a dar os primeiros passos em direção a um regime democrático.

Desafiando esse cenário ameaçador, um verdadeiro mar de peregrinos, calculado em várias centenas de milhares de pessoas, dirigiu-se a Kerbala. Muitos cantavam, flagelavam-se e choravam a morte do imã Hussein, neto de Maomé, martirizado na Batalha de Kerbala, século 7º d.C.

Uma multidão, menos numerosa, mas também expressiva, dirigiu-se às mesquitas xiitas de Bagdá. Apoiada pelo Exército americano, forças policiais iraquianas adotaram um rígido esquema de segurança para tentar dar maior proteção aos fiéis.

Em Kerbala, as autoridades proibiram o trânsito de veículos em vários pontos da cidade, considerados estratégicos, para evitar ataques com carros-bomba. Mesmo com a vigilância redobrada, vários ataques ocorreram também em outras regiões do país. Em Baquba, cidade da região nordeste, habitada por sunitas e xiitas, um carro-bomba explodiu, deixando três mortos - todos membros da Guarda Nacional iraquiana - e um ferido. Perto de Kirkuk, ao norte de Bagdá, homens armados atacaram o automóvel de um renomado líder do Curdistão iraquiano, xeque Mohammed Ristem Abdul-Rahman, e a mulher dele.

Na cidade sunita de Samarra, também ao norte da capital, rebeldes sunitas, leais ao antigo ditador Saddam Hussein, entraram em choque com soldados da Guarda Nacional iraquiana. No incidente, duas pessoas morreram e cinco ficaram feridas. Mais seis membros da Guarda Nacional perderam a vida num ataque de morteiro na principal estrada entre Bagdá e Hilla. Outros incidentes em Bagdá e na cidade nortista de Mossul deixaram pelo menos mais oito mortos, disseram autoridades locais.




Fonte: Agência Estado

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://www.reporternews.com.br/noticia/358628/visualizar/