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Internacional
Sábado - 19 de Fevereiro de 2005 às 19:37

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O líder do Hezbolá, Hassan Nasrallah, alertou hoje que a agitação popular contra o domínio da Síria sobre o Líbano depois do assassinato do ex-primeiro-ministro Rafik al-Hariri poderia provocar uma nova guerra civil no país. Líderes da oposição estão pedindo aos libaneses para que se unam a um "levante pacífico para a independência" para libertar o país do domínio político e militar da Síria, intensificando uma guerra de palavras depois do assassinato de Hariri em uma explosão na segunda-feira.

"Deus nos livre, mas se o teto cair, cairá sobre todos nós", disse Nasrallah a dezenas de milhares de muçulmanos xiitas reunidos para a Ashura, o evento mais importante do calendário religioso muçulmano. "Como libaneses, não temos escolha para resolver nossas crises e problemas a não ser conversar, mesmo se estamos tensos e com raiva", disse. "Não devemos repetir os erros do passado."

O Hezbolá, apoiado pela Síria e pelo Irã, é atualmente um forte partido político libanês, bem como uma força guerrilheira anti-Israel que ainda controla grande parte do sul do Líbano desde que ajudou a acabar com 22 anos de ocupação israelense em maio de 2000. A morte de Hariri, um rico empresário muçulmano sunita, provocou uma onda de pesar misturada com raiva contra a Síria, instintivamente considerada responsável pelo assassinato.

Nasrallah pediu uma rápida investigação para apurar o assassinato de Hariri, mas rejeitou o envolvimento internacional no Líbano. Os Estados Unidos, que retiraram seu embaixador da Síria esta semana em resposta ao atentado, disse à Síria na sexta-feira para cooperar com a investigação ou enfrentar novas sanções. O governo norte-americano impôs sanções econômicas ao país em maio.

A secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, disse que a Síria pode evitar novas punições se mudar a sua política. "Não estamos tentando isolar a Síria, mas estamos tentando fazer o país ter um comportamento mais responsável", disse.

Os Estados Unidos não culparam a Síria pelo assassinato de Hariri e o governo sírio negou envolvimento no atentado.





Fonte: Reuters

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