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Economia
Sábado - 19 de Fevereiro de 2005 às 13:28
Por: Nelson Francisco

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Arica, Chile – Sem protocolo cerimonial prévio, coincidentemente empresários e políticos de Mato Grosso e Arica (Chile) recorreram a fatos históricos para contextualizar o atual momento do cenário econômico/cultural de Mato Grosso com o Chile na noite desta sexta-feira (18.02), em Arica, durante passagem da Expedição Estradeiro 4.

"Temos que ter dias melhores para os nossos povos, assim como pensou Moreira Cabral", disse o presidente da Associação Comercial e Industrial de Arica, Jaime Narea. "Aqui não há cortina de ferro, mas as cargas também não passam", afirmou o governador Blairo Maggi.

Numa exposição para empresários e diplomatas Hotel Arica, Narea se utilizou nada mais nada menos que o bandeirante paulista Pascoal Moreira Cabral, que em 8 de abril de 1719 fundou a atual capital de Mato Grosso, Cuiabá, que sucedeu politicamente Vila Bela da Santíssima Trindade.

Maggi, por sua vez, que discursou primeiro, recorreu à "Cortina de Ferro", entre outras abordagens, para opinar como político a atual relação econômica entre os países que estão sendo visitados pela expedição, citando uma data histórica – 13 de agosto de 1961. Em tempo, depois da Segunda Guerra Mundial em 1945, os vitoriosos Aliados: Estados Unidos, Inglaterra, França e Rússia dividiram a Alemanha em quatro setores, cada um sob o controle de um aliado.

O setor dos Estados Unidos, Inglaterra e França combinados, formou um Estado capitalista, a República Federal da Alemanha (RFA) ou Alemanha Ocidental. O setor soviético virou um estado comunista, a República Democrática da Alemanha (RDA) ou Alemanha Oriental. Uma barreira agora separava o Leste e o Oeste.

Winston Churchill (primeiro-ministro inglês durante a Segunda Guerra Mundial) batizou essa barreira de "Cortina de Ferro". Os habitantes da Alemanha Oriental estavam muito insatisfeitos com as condições político-econômicas em que viviam. A troca privada foi proibida, assim como a posse de terras privadas e as pessoas foram forçadas a trabalhar em fazendas que pertenciam ao Estado. Havia faltas de comida e de mantimentos.

"Só quem faz uma viagem dessa percebe as dificuldades que os empresários têm para fazer negócios", disse Maggi, que reiterou convite para os chilenos participarem do seminário internacional sobre infra-estrutura que ocorre nos dias 2, 3 e 4 de março, em Cuiabá.

Em Arica, empresários de Mato Grosso e do Peru também vão trocar informações a fim de firmar negócios entre com o Brasil. É o que prevê protocolo de intenção assinado na noite desta sexta-feira (18.02), entre a Federação das Industrias do Estado de Mato Grosso (Fiemt) e a Associação Comercial e Industrial de Arica.

Ano passado Mato Grosso exportou para o Chile US$ 13,7 milhões em carnes, farelo de soja, algodão, madeira e outros produtos, contra US$ 18,8 milhões, em 2003.

Já o Chile vendeu para Mato Grosso US$ 173,4 milhões no ano de 2004 em enxofre, adubos, fertilizantes e bebidas alcoólicas, entre outros produtos. Em 2003, a balança favorável chilena exportou para Mato Grosso nada mais que US$ 932,4 milhões.

Atualmente, o Chile tem uma população estimada em 15, 4 milhões de habitantes. O Produto Interno Bruto (PIB) em 2003 foi de 3,3% ante 0,5% do Brasil. Enquanto os chilenos registraram uma inflação de 3,4% em 2003, o Brasil chegou a 10%.

Ainda sem uma saída para o Pacífico, os produtos de Mato Grosso seguem para o Chile pelos portos de Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santos e Rio Grande do Sul.

Por sua vez, os mato-grossenses recebem os produtos chilenos apenas por portos localizados em Santa Catarina e Rio Grande do Sul.





Fonte: Secom - MT

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