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Polícia Brasil
Sábado - 19 de Fevereiro de 2005 às 01:23
Por: Simone Menocchi

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Ubatuba, SP - Armado com um chocolate ou um suco de caixinha, um falso hóspede está aplicando o golpe conhecido como "Boa Noite Cinderela" para roubar hotéis do Vale do Paraíba. Desde novembro, já foram seis hotéis e pousadas furtados em Aparecida, Santo Antonio do Pinhal, Ubatuba, Campos do Jordão e Paraibuna. O modo de agir do assaltante é o mesmo: se hospeda com nome e endereço falso, conversa bastante com funcionários e, de madrugada, ao chegar de um suposto passeio, oferece um chocolate ou um suco para a vítima. Na oferta está o sonífero que age rapidamente, deixando o caminho livre para os furtos.

O último caso aconteceu quinta-feira, em Ubatuba. O falso hóspede, que se identificou como Luiz Mastriz, roubou 19 televisores do hotel Porto Fino, localizado no Itaguá, depois de oferecer um chocolate para o recepcionista. O funcionário do hotel achou desagradável não aceitar a gentileza. Ao comer o chocolate, dormiu na recepção. O ladrão pegou o molho de chaves e invadiu os apartamentos que estavam vazios, roubando os televisores, embalados em edredons e cobertores. "Ele ficou arrasado quando percebeu o golpe ao acordar algumas horas depois", contou um amigo da vítima.

A polícia civil de Ubatuba começou a investigar o caso e descobriu que outras cinco hospedagens do Vale do Paraíba também passaram pela mesma situação. "Ele usa até o mesmo carro. Só modifica a placa e dá nomes diferentes", conta o delegado de Aparecida, Anísio Galdioli. Dos seis crimes, dois foram em Aparecida. De um deles foram roubados 26 televisores, de outro, 14. O funcionário do hotel ganhou uma caixinha de suco lacrada e ao tomar dormiu em seguida. "O ladrão foi capaz de injetar o sonífero no suco sem modificar a embalagem".

A polícia não tem dúvida de que se trata da mesma quadrilha. "Eles elegem pousadas do interior, onde as pessoas são mais ingênuas, onde de madrugada só fica um funcionário", diz Galdioli. Mas as pistas do paradeiro dos assaltantes ainda são poucas. "São endereços de Campinas, de Jundiaí, de Belo Horizonte".

Orientação - O caso no hotel Porto Fino modificou a rotina dos funcionários que foram orientados a não aceitar mais nada dos hóspedes. Em Aparecida, a prática também está modificando a postura dos hoteleiros. "Estamos fazendo uma parceria com a polícia civil para que os policiais orientem os funcionários com relação aos crimes, já que do fim do ano pra cá já são oito pousadas e hotéis vítimas. Dois deles, com soníferos", afirmou o presidente da Associação dos Hotéis e Pousadas de Aparecida, Ernesto Elache. A cidade tem 136 hospedagens. "O atendimento terá qualidade, mas não mais intimidade", argumenta Elache.

Segundo a polícia civil, o alvo da quadrilha não se restringe ao Vale do Paraíba. Outros casos foram registrados em hotéis e pousadas de cidades mineiras e do interior de São Paulo.




Fonte: Agência Estado

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