Chefe militar argentino é afastado por tráfico

O presidente argentino, Néstor Kirchner, resolveu hoje que o brigadeiro Eduardo Schiaffino substituirá como chefe das Forças Aéreas Carlos Rohde, que foi retirado do cargo por um caso de contrabando de cocaína.

A decisão foi tomada depois de uma reunião que Kirchner teve com o ministro da Defesa, José Pampuro, informaram fontes oficiais, que disseram que ainda não foi tomada nenhuma decisão sobre o resto dos comandantes aeronáuticos.

As mudanças são uma conseqüência direta do caso que começou em setembro passado, quando foram encontrados no aeroporto de Madri quatro malas com 60 quilos de cocaína, que tinham sido transportadas num vôo da companhia aérea Southern Winds, procedente da Argentina.

Três funcionários da companhia aérea estão detidos. O primeiro deles que foi interrogado hoje e é o gerente comercial da Southern Winds, Fernando Arriete, que foi processado pelo contrabando e prestou depoimento por duas horas e meia, informaram fontes judiciais.

Depois será interrogado Walter Beltrame, que se entregou na quinta-feira à polícia, após passar quase dois meses foragido. O funcionário era o encarregado de atender os clientes da companhia aérea.

Beltrame é filho de Alberto Beltrame, que devido à descoberta do crime, na semana passada, foi afastado preventivamente do cargo de chefe do aeroporto de Ezeiza, o maior do país e de onde a droga saiu.

Também está preso pelo mesmo crime Carlos Baudino, o chefe de base de Southern Winds na estação aérea de Ezeiza.

A bagagem com a cocaína, que estava com a inscrição "Embaixada Argentina na Espanha", tinha sido despachada pela linha aérea desde Buenos Aires e não foi reclamada por nenhum passageiro no aeroporto de Madri, onde foi descoberta pela polícia espanhola.

A empresa informou que denunciou o caso à justiça ao detectar, em uma investigação interna, que havia sido violada uma norma interna da empresa. A Southern Winds também acusou a Força Aérea de apagar vídeos com provas sobre o contrabando.