PF investiga se há relação entre prisões em Tocantins e morte da missionária

Brasília - A Polícia Federal vai investigar se a prisão de 15 acusados de grilagem de terras no norte de Tocantins está relacionada com o assassinato da missionária Dorothy Stang, no último sábado (12) em Anapu, no Pará.

"Estamos passando todas as informações que temos para a Polícia Federal no Pará", disse a delegada federal Andréa Cristina de Vasconcelos, responsável pela operação Terra Nostra, realizada quinta-feira (17) em Tocantins. Na operação, foram presos suspeitos de atuar na grilagem de terras em áreas sem título de domínio no norte do estado.

"A Polícia Federal vai investigar se há relação entre os crimes", afirmou a delegada. Segundo ela, as terras situadas na divisa entre os estados do Pará e o norte de Tocantins têm traços comuns, com terrenos arenoso e bom para aproveitamento no plantio de soja.

De acordo com as investigações, os acusados de grilagem agiam de forma ordenada, falsificando documentos relativos à posse e propriedade das terras, forjando contratos de cessão de direito de posse a fazendeiros de outros estados. Com ameaças de violência, os suspeitos pressionavam os interessados para que desistissem da compra e estes acabavam recebendo de volta menos da metade do valor pago.

A operação Terra Nostra foi realizada nos municípios de Palmas, Colinas do Tocantins, Bandeirantes, Presidente Kennedy, Guaraí e Tupiratins.