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Politica Brasil
Sexta - 18 de Fevereiro de 2005 às 12:27
Por: Nelson Francisco

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Tacna, Peru – Antes mesmo buscar novas saídas portuárias para o Pacífico, Mato Grosso que fortalecer o comércio intra-regional com Bolívia, Peru e Chile. De Mato Grosso até o porto de Matarani, no Peru, o caminho mais curto a percorrer totaliza 2.470 quilômetros. Ponto eqüidistante do Corredor Bioceânico-Pacífico, o Estado tem os produtos que interessam aos três países, à Ásia e à Europa.

“A saída para o Pacífico vai ser uma conseqüência natural da consolidação do comércio intra-regional”, afirmou o assessor especial e secretário-adjunto de Indústria e Comércio, Serafim Carvalho. Entusiasta do Projeto Pacífico, Carvalho acompanhou o governador Blairo Maggi em visitas aos portos de Matarani e Ilo, na tarde desta quinta-feira (17.02).

Na sua opinião, para se consolidar as relações comercias com esses países e os produtos de Mato Grosso chegarem aos portos do Pacífico, serão necessárias duas providências: eficiência nos transportes e operações aduaneiras.

Os problemas começam na Bolívia, cujo presidente do país, Carlos Mesa, classificou de absurda a situação. Trancas são as barreiras montadas nos acessos às cidades por autoridades municipais. Nesses locais, segundo denúncias comprovadas policiais achacam os motoristas como se agissem dentro da lei.

Esse problema, acredita Serafim, deve ser superado com as eleições gerais que vão ocorrer em 12 de junho. “A Bolívia está num processo de transição muito importante com a descentralização do poder”, comentou Serafim, que aposta na superação das barreiras alfandegárias e burocráticas para que os produtos mato-grossenses possam chegar à região, que está sendo visitada pela comitiva da Expedição Estradeiro 4.

“Sem retirar esses problemas nós não vamos conseguir com que o comércio funcione normalmente entre os países da América do Sul. Sei que muita gente já tentou fazer essa aproximação, é um pouco difícil, mas tem que se tentar. Caso contrário, mais 500 anos vão se passar e nós vamos ficar um de costas para o outro”, disse o governador Blairo Maggi.

Segundo o governador, para fazer uma interligação na América é preciso liberar as burocracias. “Mato Grosso pode se transformar no futuro num centro industrial porque nós estamos no centro da América Latina e podemos atender o Norte e o Sul Brasil, e atender toda essa região ligada ao centro do Pacífico. Eu tenho esperança de que isso é uma coisa factível. E essa viagem vai servir para isso: quando alguns empresários procurarem o Governo de Mato Grosso para se instalar na região, nós vamos poder vender um mercado a mais”, afirmou Maggi.

Antigo sonho dos empresários, a idéia de se chegar ao Pacífico persiste. Em 1993, 54 pessoas em dois ônibus fizeram o reconhecimento da rota, numa iniciativa inédita de caráter empresarial.

“Nós estamos fazendo uma viagem pelo Pacífico, vendo as rodovias para posteriormente poder utilizá-las para transporte de cargas para essa região e também conhecer a realidade do povo peruano e boliviano e assinamos protocolos de intenções nas áreas comerciais e educativas. É uma primeira viagem onde estamos conhecendo a realidade, não temos algo concreto para se tratar nesse instante ou trazer algo concreto nessa região, mas no sentido de dar uma olhada em tudo que está acontecendo para posteriormente nos posicionarmos”, disse o governador.

Em todos os eventos oficiais na agenda do estradeiro, Maggi está convidando lideranças políticas e empresarias para participarem do seminário internacional sobre infra-estrtura, que ocorre nos dias 2, 3 e 4 de marcos, em Cuiabá. “Vamos discutir todas as questões sobre a viagem, Hidrovia Madeira-Amazonas, Paraguai-Paraná, governadores das províncias da Argentina. E nesse aspecto vamos levantar quais são os problemas na área de burocracia, documentos, trânsito de veículos, de pessoas”.

Ao fazer uma pré-avaliação da expedição, Maggi disse que se trata de uma viagem de reconhecimento. “As rodovias são perigosas para se transitar. Nós vamos conseguir, pelo menos até agora, ter velocidade no fluxo de mercadorias de produtos de menor valor agregado. Isso é um problema grande para quem quer tirar milhões de toneladas de grãos como Mato Grosso faz. Então, a avaliação que eu faço até o momento é que nós vamos poder utilizar esse canal para esse tipo de transporte que nós queremos fazer”, salientou Maggi,

RECEPÇÃO – A comitiva do estradeiro foi recebida na noite desta quinta-feira com festa pelos peruanos em frente ao Gran Hotel Tacna. Com bandeiras e frases de “viva los hermanos brasileiros”, os peruanos deram boas-vindas aos membros da comitiva.

Maggi fez questão de cumprimentar os simpáticos peruanos, retribuindo, com carinho, a acolhida em Tacna, cidade localizada ao sul do Peru, a 1.293 quilômetros da capital Lima. Com 200 mil habitantes, Tacna pertenceu ao Chile de 1880 a 1929. O município tem 36 km de fronteira com o Chile e está localizada a 560 metros acima do nível do mar.




Fonte: Secom - MT

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