Voto secreto permitiu traição, revela Jonas

Para o senador Jonas Pinheiro (PFL), o PT só perdeu a disputa pela presidência da Câmara por teimar em escolher Luiz Eduardo Greenhalgh (PT) como candidato oficial. O pefelista afirma que o parlamentar tinha rejeição por parte de muitos congressistas. As divergências internas do partido culminaram na candidatura avulsa do deputado mineiro Virgílio Guimarães (PT), que abriu brecha para que outros candidatos lançassem suas chapas. "O atrito acabou provocando 2º turno", explica. O último discurso de Greenhalgh antes da votação que precedeu o 2º turno, em tom de "já ganhei" e cobrando respeito à proporcionalidade, também o prejudicou.

Na avaliação de Jonas, a humildade do candidato Severino Cavalcanti (PP) foi fundamental para sua vitória. "Ele apresentou postura contrária a de Greenhalgh". O pefelista diz ainda que Severino irá representar o "baixo clero" da Câmara, que engloba a maioria dos parlamentares da Casa. "Tinha gente apostando que Greenhalgh teria 300 votos, o número de votos de Severino que recebeu", acrescenta. O senador lembra que o voto secreto deu oportunidade para traição por parte dos partidos aliados ao governo Lula. "Agora a situação vai ficar mais difícil para o Executivo. Não vai dar mais para o governo colocar os interesses dele "goela abaixo" através das medidas provisórias", ressalta. (LTS)