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Meio Ambiente
Sexta - 07 de Janeiro de 2005 às 15:41

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Buraco negro incomum devora uma quantidade de matéria equivalente a 300 milhões de sóis e produz uma erupção colossal

São Paulo - A mais poderosa erupção no Universo já observada pelo homem acaba de ser registrada com o uso do observatório de raio X Chandra, da Nasa, a agência espacial norte-americana. O evento foi produzido por um buraco negro supermassivo que aumenta de tamanho a uma enorme velocidade.

De acordo com os cientistas, a descoberta mostra o enorme apetite dos buracos negros e o profundo impacto que essas regiões têm sobre tudo o que está à sua volta.

A erupção foi identificada por uma imagem feita no aglomerado de galáxias conhecido como MS 0735.6+7421. O fenômeno, que durou mais de 100 milhões de anos, gerou energia equivalente a centenas de milhões de explosões de raios gama.

A erupção teria sido causada pela liberação de energia gravitacional à medida que gigantescas quantidades de matéria caíam em direção do buraco negro. A maior parte da matéria foi engolida, mas uma porção foi ejetada violentamente antes de ter sido capturada pelo buraco negro.

“Foi um choque descobrir que uma massa de cerca de 300 milhões de sóis havia sido engolida”, disse um dos cientistas que participaram da observação, Brian McNamara, da Universidade de Ohio em Athens, em comunicado da Nasa.

“Trata-se de uma erupção tão grande que tem, por si só, o tamanho de um outro buraco negro supermassivo.” Um artigo que relata a descoberta foi publicado na edição de 6 de janeiro da revista Nature.

Os astrônomos não sabem de onde tanta quantidade de matéria pode ter se originado. Uma teoria é que o gás de uma galáxia teria esfriado abruptamente e foi engolido pelo buraco negro. De acordo com os pesquisadores, a energia liberada mostra que o buraco negro no aglomerado MS 0735.6+7421 cresceu “dramaticamente de tamanho” durante o evento registrado.

Estudos anteriores têm sugerido que os buracos negros maiores aumentaram muito pouco no passado recente e que apenas buracos negros menores cresceram rapidamente. Não foi o caso desta vez.

“Os resultados encontrados são tão surpreendentes quanto excitantes. Esse buraco negro está faminto, quando deveria estar completamente saciado”, disse Paul Nulsen, do Centro Harvard-Smithsonian, outro dos autores do estudo.




Fonte: Agência Fapesp

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