A mulher encontrada carbonizada dentro de uma residência no bairro Dom Aquino, em Cuiabá, neste domingo (11), foi esfaqueada antes de ser atingida pelo fogo que acabou consumindo parte da casa. O principal suspeito do crime é o ex-namorado da filha da vítima que foi preso pela Polícia Militar. A declaração de óbito enviada à família pelo Instituto Médico Legal (IML) aponta que Admárcia Mônica da Silva, de 44 anos, foi atingida por golpes de facas e teve o corpo parcialmente carbonizado.
Na mesma ocasião, o suspeito também pegou o filho da ex-namorada de quatro anos de idade que estava na casa com a avó e o jogou no Rio Cuiabá. A criança morreu afogada e o corpo foi encontrado minutos depois por um pescador.
O advogado da família, Claudino Aleixo Júnior, disse ao G1 que o duplo homicídio chocou os familiares e relatou que o casal havia se separado há uma semana. Tássia Alves, de 24 anos, namorou o suspeito por alguns meses e, segundo o advogado, a jovem chegou a morar com o filho na residência dos pais do rapaz. Mas, o relacionamento do casal era conturbado e o advogado conta que o suspeito já chegou a ser preso por tentar agredi-la e também por ameaça.
“Eles tiveram uma discussão há alguns meses e durante a briga ele tentou bater nela [namorada]. No momento declarou que a queimaria com fogo”, ressaltou o advogado. Outra informação repassada por ele é de que o suspeito não gostava do filho da jovem e esse seria um dos motivos das constantes brigas entre o casal. O advogado confirmou ainda que Tássia Alves está grávida de dois meses do suspeito.
De acordo com informações da Polícia Militar, na manhã deste domingo, o rapaz foi até a residência da ex-sogra na tentativa de reatar o relacionamento com Tássia, mas a jovem não estava na casa. Os vizinhos contaram aos policiais que ouviram uma discussão vinda do local e, em seguida, viram o fogo na residência.
O delegado de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), José Antônio Sperândio, disse que a perícia inicial apontou que o suspeito ateou fogo no corpo de Admárcia Mônica da Silva, principalmente, na parte superior. “Tudo indica que o fogo foi todo direcionado para o corpo dela [vítima]. Ela estava na cama, onde o fogo iniciou”, explicou. No entanto, a Polícia Civil não soube informar se a vítima foi assassinada a facadas em algum outro cômodo da casa antes de morrer carbonizada no quarto.
Depoimento
Horas depois do duplo homicídio, o suspeito foi preso na residência dele. De acordo com a Polícia Militar, o rapaz, que trabalha com instalações eletrônicas, chegou a ir até o local de trabalho, porém, voltou para casa depois de desconfiar que uma equipe da polícia realizava rondas pelo local.
Ao ser preso, ele foi para o Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Cisc), do bairro Planalto, na capital. Em seguida, encaminhado para a Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP). Ao G1, o delegado José Sperândio disse que o suspeito preferiu não se manifestar durante o primeiro depoimento e chegou a declarar que iria falar sobre o caso somente em juízo. Mas o delegado ressaltou que o suspeito iria depor novamente ainda na noite deste domingo.
Tragédia
Testemunhas viram o suspeito segurando a criança nos braços próximo à grade de proteção da ponte Júlio Muller e, em seguida, jogar a vítima no rio. Um motociclista que passava sobre a ponte contou que achou estranha a situação porque o suspeito estava muito perto da beirada da ponte com a criança nua. "Parei a motocicleta e fiquei olhando, quando de repente ele jogou a criança no rio", disse a testemunha à polícia.
O Corpo de Bombeiros fez buscas nas proximidades do local onde a criança caiu no rio e, durante a procura, um pescador informou ter localizado o corpo da vítima. A criança foi jogada nua no rio. Vizinhos da mulher que morreu carbonizada viram a residência pegando fogo e chamaram o Corpo de Bombeiros, que constatou que havia uma pessoa morta no local. A suspeita era de que a vítima fosse a ex-namorada do suspeito, mas quando a polícia estava na casa a jovem chegou, descartando a hipótese de ser ela.
Velório
O corpo da criança de quatro anos de idade está sendo velado na noite deste domingo na Capela Jardins, em Cuibá. O advogado da família informou que o enterro deverá ocorrer na manhã desta segunda-feira (12), no cemitério Cemitério Bom Jesus Parque Cuiabá. O corpo de Admárcia Mônica também deverá ser enterrado no mesmo cemitério.
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