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Internacional
Segunda - 20 de Dezembro de 2004 às 19:36
Por: Carolina Vila Nova

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Soldados brasileiros da Missão das Nações Unidas de Estabilização no Haiti (Minustah) entraram na noite de anteontem na casa do presidente deposto Jean-Bertrand Aristide, que fora tomada três dias antes por um grupo de ex-militares, perto de Porto Príncipe.

“Não houve nenhum confronto. Estamos agora num processo de cadastramento e recolhimento de armas", disse à reportagem o coronel Carlos Barcellos, oficial de comunicação da força militar brasileira no Haiti, logo após a retomada da casa, na localidade de Tabarre.

“Tudo aconteceu de forma pacífica e sem incidentes", afirmou. “Chamamos as lideranças [dos ex-militares], informamos que, em determinado momento, iríamos entrar e daí entramos. Não houve resistência."

De acordo com o coronel, a entrada na casa pelas tropas foi determinada pelo governo do premiê interino Gérard Latortue, após a chegada de um acordo com os ex-militares.

"O governo ofereceu como condição de negociação a ida deles para a Academia de Polícia, onde aqueles que tiverem condições serão aproveitados como policiais", afirmou Barcellos.

Àqueles que não puderem ser aproveitados na polícia, disse o coronel, o governo ofereceu a possibilidade de emprego em outros órgãos governamentais.

Além disso, o governo prometeu pagar uma espécie de remuneração aos ex-militares para as festas de fim de ano. A quantia não foi informada.

Além de cadastrar os ex-militares e recolher suas armas, as tropas brasileiras os alimentaram e fizeram uma inspeção de saúde. Ao final, levariam os soldados rebeldes à Academia de Polícia.

Segundo Barcellos, estavam na casa entre 30 e 40 homens. Estimativas anteriores falavam de cerca de cem ex-militares.

As ofertas do governo foram feitas em troca do desarmamento e da desmobilização dos ex-militares, que, em fevereiro deste ano, ajudaram a liderar a revolta armada que derrubou Aristide.

O acordo chegou após o fracasso da primeira etapa de negociação, ontem, quando os ex-militares se recusaram a deixar a casa desarmados.

O impasse levantou receios de um eventual confronto entre os ex-militares e as tropas brasileiras, que haviam cercado local, ao lado da Polícia Nacional Haitiana.




Fonte: FolhaPress

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