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Cultura
Sábado - 18 de Dezembro de 2004 às 22:50

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Por ferir sentimentos religiosos, a Justiça decidiu o fechamento da mostra do polêmico artista plástico argentino León Ferrari.

A juíza Elena Liberatori decidiu fechar a exposição depois de um pedido da associação religiosa Cristo Sacerdote. Liberatori alega que sua decisão foi tomada porque "resultaram ser insuficientes as advertências de que as obras expostas podem ferir os sentimentos religiosos das pessoas".

A decisão será apelada pelo governo da cidade de Buenos Aires porque a mostra funciona em um de seus centros culturais, no elegante bairro da Recoleta, segundo disse o secretário de cultura local Gustavo López.

A Constituição portenha disse que o Estado da Cidade (de Buenos Aires) está obrigado a garantir a livre expressão artística e proíbe todo tipo de censura.

Na noite desta sexta-feira, dezenas de pessoas se reuniram na porta da exposição para expressar sua contrariedade pela decisão judicial.

Ferrari, de 84 anos, não fez declarações. Suas obras combinam ícones do cristianismo com símbolos militares, cenas eróticas ou escatológicas, e ao que a Igreja e grupos católicos extremos acusaram de "blasfemo".

Mas os objetos que mais rejeição provocaram na Igreja são um frasco de vidro cheio de preservativos com uma foto do Papa João Paulo II intitulada Homenagem ao preservativo. Ou diferentes réplicas a óleo do Juízo Final, como de São Miguel Arcanjo, banhadas em excrementos de pássaro.

Também, numa sala denominada Inferno, podem ser observadas réplicas pequenas de santos dentro de um liquidificador elétrico ou presos em jaulas guardadas por demônios; e vários Cristos metidos numa tostadeira como se fossem pedaços de pão.

Após três semanas de sua abertura, a mostra foi visitada por 30 mil pessoas, segundo os organizadores.





Fonte: AFP

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