Maioria das italianas já sofreu assédio sexual

Mais da metade das italianas entre 14 e 59 anos foi assediada sexualmente alguma vez e quase 3% foram vítimas de um ato ou tentativa de estupro quando menores de idade. A revelação foi feita em um estudo divulgado hoje pelo Instituto Nacional de Estatísticas (Istat).

Segundo o relatório, na maioria das vezes os praticantes do assédio são pessoas conhecidas, como amigos, companheiros de trabalho ou o próprio parceiro sentimental. Além disso, mostra que em quase a metade dos casos, 43,8%, as agressões ocorrem na própria casa da vítima ou no local onde a pessoa trabalha. O estudo informa ainda que quase um terço das vítimas não conta a ninguém o que ocorreu.

A pesquisa, feita em 2002 entre mais de 22 mil mulheres, acrescenta que pelo menos duas de cada dez vítimas foram assediadas ou agredidas pela mesma pessoa em mais de uma ocasião. Além disso, apenas 7,4% das mulheres que foram vítima de estupro ou de uma tentativa denunciaram o fato às autoridades, ressalta o relatório.

Entre os que sofreram violência sexual aberta, a maioria foi vítima de um "amigo" (23,5%), seguido de patrões ou colegas de trabalho (15,3%), namorados ou ex-namorados (6,5%) e cônjuges ou ex-cônjuges (5,3%). O restante foi agredido por desconhecidos (18,3%) ou por conhecidos de vista (14,2%).

No que se refere ao assédio sexual, a modalidade mais freqüente é a das ligações telefônicas obscenas (quase 25%), seguido dos atos de exibicionismo ou perseguição da pessoa (23%) e agressões físicas (quase 20%). Neste último caso, os responsáveis são em sua maioria pessoas desconhecidas (58,2%) ou apenas meros conhecidos (11,8%), e o assédio ocorre geralmente no transporte público (31,6%), em plena rua (19%) ou no local de trabalho (12,1%).