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Nacional
Sábado - 10 de Novembro de 2012 às 10:36
Por: Angela Chagas

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Apesar de apresentar restrições ao modelo de prova adotado no Estado de São Paulo para avaliar os futuros médicos, o Conselho Federal de Medicina (CRM) é favorável a aplicação de uma avaliação nacional dos estudantes. No entanto, para o conselho, isso deve vir aliado a uma punição para as instituções de ensino que não apresentarem um desempenho satisfatório na prova.

"A qualidade da medicina precisa melhorar muito no País e esse avanço depende de vários fatores. Precisamos começar a mudar isso pela punição às escolas pelos maus profissionais que colocam no mercado", afirma Desireé Carlos Callegari, médico anestesiologista e conselheiro do CFM. Segundo ele, um estudante que paga em média R$ 4,5 mil - padrão do Estado de São Paulo - em uma universidade privada não pode ser o único responsável pelo mau desempenho nas avaliações.

No domingo, mais de 2 mil estudantes do 6º ano de medicina do Estado de São Paulo farão uma prova obrigatória elaborada pelo Conselho Regional de Medicina (Cremesp) para avaliar a formação dos novos médicos. A participação no exame, independente do resultado, é critério para que os formandos consigam o registro profissional.

A ideia dos conselhos de classe é tornar o exame uma prova nacional. Um projeto de lei de autoria do então senador Tião Viana (PT-AC) tramita na Câmara dos Deputados e propõe uma espécie de Exame de Ordem - prova obrigatória para os bacharéis em direito - para os estudantes de medicina. "O que estamos avaliando ainda é que essa prova precisa ter um caráter punitivo para as instituições de ensino", diz o relator do projeto de lei, deputado Cyro Miranda (PSDB-GO).

O exame aplicado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) impede que os bacharéis reprovados na prova exerçam a profissão. No entanto, não estipula nenhuma regra para as universidades. "O que se vê é que nos últimos cinco anos algumas faculdades não conseguiram aprovar nenhum aluno. O que aconteceu com elas? Nada, porque o exame da OAB não tem esse poder de interferir nas faculdades", diz o deputado.

Para o representante do conselho federal, a fiscalização dos cursos é uma atribuição do Ministério da Educação (MEC), mas como o órgão "não cumpre com sua função", a sociedade acaba assumindo esse papel. "Temos inúmeras faculdades sem condições mínimas para funcionar, sem hospitais, sem professores, sem laboatórios. Mas ao contrário de fechar essas escolas, o MEC está ampliando vagas e não e está preocupado com qualidade. Quanto mais melhor", critica Callegari.

Embora concorde que uma única prova ao final do curso, como é o exame do Cremesp, não seja o ideal, ele defende que a avaliação vai ajudar a garantir um diagnótico sobre a formação dos médicos. "O bom mesmo seria que tivéssemos avaliações seriadas, ao longo do curso, mas isso é de difícil execução e teria um custo muito elevado", afirma.

Número de faculdades
O Brasil possui atualmente 197 faculdades de medicina. O Estado com o maior número de cursos é São Paulo, com 36. "Em SP temos um médico para 240 pessoas. Já no interior de Roraima temos um médico para 10,5 mil habitantes. O problema não é a falta, mas a distribuição", diz Callegari. Segundo ele, a solução do problema não está na ampliação dos cursos, e sim na definição de um plano de carreira para os médicos.

A ideia do Conselho Federal é que os possam começar a carreira nas regiões mais afastadas dos grandes centros, e progredindo ao longo dos anos. "Isso já e feito nas carreiras jurídicas", explica o conselheiro.

De acordo com o senador Cyro Nogueira, o relatório sobre o projeto só deve ser apresentado em fevereiro de 2013, quando a proposta poderá ser colocada em votação.





Fonte: Terra

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