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Internacional
Terça - 14 de Dezembro de 2004 às 22:08

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O governo do Brasil está empenhado em garantir aos agricultores o equivalente a cerca de 730 milhões de dólares para protegê-los das iminentes perdas do setor agrícola em 2005 e compensá-los pela queda dos preços de produtos chave, informou nesta terça-feira o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

"Estamos trabalhando para incluir no orçamento federal uma emenda que destina 2 bilhões de reais (cerca de 730 milhões de dólares) para operações de comercialização da próxima safra", disse o ministro da pasta, Roberto Rodrigues.

O ministro fez a afirmação em um seminário sobre "Desenvolvimento do agro-negócio e inclusão social", realizado hoje no Senado. Ele explicou que a estratégia permitirá sustentar o preço de produtos ameaçados por uma superoferta no mercado mundial de produtos como algodão, arroz, milho, soja e trigo.

O ministro Rodrigues afirmou que os 2 bilhões de reais permitirão ao Ministério, financiar a comercialização e compra de produtos agrícolas quando necessário, impedindo que os agricultores sofram prejuízos.

O Brasil, que se transformou em uma potência do setor agrícola exportador, é um férreo opositor dos esquemas de subsídios diretos praticados pelos países desenvolvidos da Europa e pelos EUA.

Desta forma, os governos da Europa, dos Estados Unidos e do Canadá garantem a seus agricultores preços mínimos para que mantenham a competitividade internacional e interna de seus produtos.

A diplomacia brasileira e empresários do setor atribuem a esses subsídios o empobrecimento de nações agrícolas do mundo em desenvolvimento.

A eliminação desses subsídios e um maior acesso ao mercado foram uma questão de honra para o Brasil e o resto do Mercosul (Argentina, Uruguai e Paraguai) em suas fracassadas negociações para um acordo de livre comércio com a União Européia.

Rodrigues explicou que o palco para 2005 será menos propício que o de anos anteriores por causa do excesso mundial de grãos, agravado pelo aumento dos custos de produção.

"Enquanto os preços estão caindo 20%, os custos de produção estão subindo 13%", se queixou o ministro. Ele afirmou, no entanto, que o negócio como um todo continuará crescendo, apesar das baixas em alguns segmentos produtivos.

"Setores como o de álcool, açúcar, café e suco de laranja têm perspectivas de aumento de demanda no mercado internacional, o que deverá compensar eventuais perdas", disse Rodrigues.

O setor representa um terço do Produto Interno Bruto do Brasil e foi determinante no aumento das exportações do país para a marca histórica de cerca de 95 bilhões de dólares neste ano.

Além do crédito à comercialização, o governo pretende auxiliar o setor investindo mais em saneamento; na erradicação de doenças, como a febre aftosa; em tecnologia; em infra-estrutura e logística; na organização das cadeias produtivas nas negociações internacionais e no estabelecimento de marcos legais nas áreas trabalhistas, de direito à propriedade e ambiental.




Fonte: Agência EFE

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