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Cidades/Geral
Terça - 14 de Dezembro de 2004 às 16:58

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"Me sinto privilegiada quando uso essa habilidade para atender esse segmento da população". É com esta frase que a professora aposentada, Maria Dias da Silva Santos, classifica o trabalho que vem desempenhando na confecção do tablóide de promoções para portadores de deficiência visual da Rede de Supermercados Comper de Mato Grosso.

A transcrição do informativo de ofertas para o sistema braile vem sendo feita há 11 meses. "Decidimos fazer esse serviço porque o cliente portador de deficiência visual, além de ser um comprador em potencial, não pode ser discriminado", explica o gerente geral do Comper, Edelso Roda Santos.

Segundo Edelso Roda, o investimento faz parte da visão empreendedora da empresa. "Chegando na loja esse consumidor tem acesso ao produto que quiser, e principalmente os que estão classificados como ofertas da quinzena", assegura o gerente.

O jornal em braile é editado duas vezes por mês, sendo que na primeira semana o caderno tem 26 páginas e o segundo é divulgado com 17 páginas. "Quando chego ao supermercado peço o exemplar em braile porque é o meu guia de compras. E com isso não é necessário naquele momento a presença do ledor (pessoa que faz leitura para o portador de deficiência visual)", declara o jogador de futsal para cegos e estudante de Letras da Universidade Federal de Mato Grosso, Ademir Pilatti. Em cada loja do Comper, de Cuiabá e Várzea Grande, tem um exemplar a disposição dos clientes.

Na avaliação da professora Maria Dias, que dos 30 anos de profissão oito são dedicados à transcrição do sistema convencional para o braile, é através de projetos como esse que os portadores de deficiências vão sendo integrados à sociedade. "Não podemos ter pena do cego. Só precisamos garantir o direito desses cidadãos", garante Maria Dias. Além do caderno de ofertas, ela também é especialista em transcrição de livros didáticos para o braile.

"É por isso que admiro a visão empresarial do Comper. Esse projeto pode até não ter retorno financeiro, mas com certeza é de grande alcance social", frisa a professora, esperando que outras empresas também lancem esse serviço. "A nossa luta é pela igualdade, justamente porque o cego é uma pessoa curiosa como qualquer outra", completa Ademir Pilatti. Na estimativa da Associação dos Cegos de Mato Grosso existem em Cuiabá e Várzea Grande 320 portadores de deficiência visual.

"Quando quebramos barreiras estamos possibilitando que portadores de deficiência, e nesse caso os visuais, tenham o mesmo tratamento para conquistar a inclusão social", acrescenta o gerente Edelso Roda.




Fonte: Da Assessoria

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