Publicidade
Repórter News - www.reporternews.com.br
Internacional
Terça - 14 de Dezembro de 2004 às 14:03
Por: Juan Lara

    Imprimir


O papado de João Paulo II se converteu no terceiro mais longo da história em 2004, ano em que, apesar de seu estado de saúde cada vez mais debilitado, ele viajou à Suíça e à França, proclamou o Ano da Eucaristia e reiterou que continuará à frente da Igreja enquanto Deus quiser.

Desde 14 de março, João Paulo II, de 84 anos, é o terceiro papa que ficou mais tempo à frente da Igreja, superado apenas por São Pedro e por Pio IX.

Dos 264 papas que existiram, São Pedro dirigiu o colégio apostólico entre 34 e 37 anos, enquanto Pio IX permaneceu no Papado por 31 anos, sete meses e 17 dias.

João Paulo II está há 26 anos e, embora sua saúde esteja cada vez mais frágil, estando impossibilitado de caminhar e com dificuldade para falar, continua olhando para frente.

Em junho, ele reiterou sua intenção de não renunciar ao papado quando se reuniu com milhares de jovens suíços em Berna. Na ocasião, ele disse que após quase sessenta anos de sacerdócio estava "contente" de poder se entregar "até o fim" pela causa do Evangelho.

Com esse "até o fim", o papa respondeu indiretamente a aproximadamente cinqüenta teólogos e sacerdotes católicos suíços que pedem que os pontífices se aposentem aos 75 anos.

Embora sua saúde preocupe, ele continua encontrando forças e cumprindo seus compromissos, mas com uma agenda mais curta.

Seus discursos e pregações são cada vez menores e, quando tem que ler um texto longo, só lê o princípio e o fim, enquanto o resto do documento fica a cargo, normalmente, do "número três" do Vaticano, o arcebispo argentino Leonardo Sandri.

Mas ele não deixa de ir às audiências públicas das quartas-feiras, que lhe permitem um contato direto com os fiéis de todo o mundo.

O papa também não renunciou às viagens e assim, além da Suíça, em agosto foi ao santuário francês de Lourdes para comemorar o 150º aniversário da proclamação do dogma da Imaculada Conceição.

Em Lourdes, ficou esgotado, com a voz muito falha e houve um momento, quando se ajoelhou diante da imagem da Virgem, que temeu-se por seu estado físico.

Diante dos milhares de presentes, afirmou que apesar de estar marcado pelo sofrimento, seus anos de doença não foram menos férteis para seu pontificado.

Durante todo o ano ele não parou de pedir paz e afirmar que no mundo "há um mal agressivo com Satanás como seu guia e inspirador".

Em 2004, convocou o Ano da Eucaristia, cujo objetivo é ressaltar a importância deste sacramento. Por causa deste ano escreveu a Carta Apostólica "Mane Nobiscum Domine" (Senhor, fique conosco), na qual afirmou que é um erro considerar que as referências públicas à fé podem menosprezar a justa autonomia do Estado ou que possa incentivar comportamentos de intolerância.

Ele também divulgou o ecumenismo, recebendo duas vezes no Vaticano o patriarca ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, a quem expressou um veemente apelo a favor da unidade dos cristãos e da reconciliação.

João Paulo II entregou a Bartolomeu I as relíquias dos patriarcas ortodoxos São João Crisóstomo e São Gregório de Nazianzo que estavam no Vaticano, tiradas de Constantinopla em 1204 pelas cruzadas.

Também devolveu ao Patriarcado Ortodoxo de Moscou a imagem da Virgem de Kazan, uma das mais veneradas na Rússia e que também estava no Vaticano.

Neste ano ele ainda voltou a defender a família e o casamento tradicional entre um homem e uma mulher, além de ter reiterado sua rejeição ao aborto, à eutanásia e ao casamento entre homossexuais.

Durante todo o ano ele também lutou para que a nova constituição européia reconhecesse as raízes cristãs do velho continente.




Fonte: Agência EFE

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://www.reporternews.com.br/noticia/364673/visualizar/