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Nacional
Segunda - 13 de Dezembro de 2004 às 21:28

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A decisão tomada por parte das lideranças do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), que em tumultuada convenção ocorrida ontem decidiu deixar a base de sustentação do governo Lula, irá agitar politicamente Brasília esta semana. Outro partido que pertencia à base de sustentação do governo e que decidiu deixá-la é o Partido Popular Socialista (PPS). A decisão já levou o ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, a colocar seu cargo à disposição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que decidiu mantê-lo no posto. Para falar sobre esse e outros assuntos, a Rádio Nacional ouviu na manhã de hoje o ministro da Articulação Política, Aldo Rebelo. Leia a íntegra da entrevista.

Rádio Nacional: Ministro, eu gostaria de uma avaliação do senhor sobre as decisões dos partidos que vinham sustentando o governo?

Aldo Rebelo: O governo preferia continuar contando institucionalmente com o PMDB. Como isso talvez não seja possível em função da decisão da cúpula que está sendo contestada na justiça, o governo continuará contando com a maioria dos deputados, que é a base parlamentar na Câmara, e com a maioria dos Senadores, que é a base parlamentar do Senado. Para o governo, isso é o fundamental: garantir a governabilidade com apoio dos parlamentares do PMDB na Câmara e no Senado.

Rádio Nacional: De que forma o senhor avalia a permanência dos ministros do PMDB no governo Lula?

Aldo Rebelo: Uma coisa natural, uma coisa tranqüila, porque corresponde ao desejo e à vontade dos parlamentares. Creio que é uma posição legítima tanto da parte do Governo Federal como da parte desses dirigentes e líderes do PMDB que são deputados e senadores.

Rádio Nacional: Nesse caso, o senhor acredita na permanência dos ministros do PMDB no governo Lula?

Aldo Rebelo: Claro que sim. Porque foram os ministros que contestaram o caráter da convenção, contestaram a sua representatividade. Eles têm legitimidade também porque são líderes do partido no Congresso Nacional.

Rádio Nacional: Sobre o ministro Ciro Gomes: Ele já teria feito a entrega do seu cargo ao presidente Lula?

Aldo Rebelo: O ministro Ciro Gomes goza de todo o prestígio, respeito e estima do presidente Lula. O presidente Lula o vê como um dos ministros mais eficientes e capazes, e naturalmente ele não vai abrir mão da contribuição que o ministro Ciro Gomes tem dado e continuará dando ao governo num ministério estratégico como é o ministério da Integração Nacional, que é o ministério que combate os desequilíbrios e as desigualdades regionais.

Rádio Nacional: Ele pôs o cargo à disposição. O presidente poderia aceitar ou não?

Aldo Rebelo: Claro que não. O presidente não leva isso em consideração porque quer continuar contando com os préstimos do ministro Ciro Gomes.

Rádio Nacional: Esse conjunto de situações de alguma forma - juntando também com a reunião ministerial que o presidente promoveu na Granja do Torto na sexta e no sábado - pode conduzir a uma leitura de que a Reforma Ministerial esteja próxima ? Aldo Rebelo: Não. A Reforma é sempre uma decisão, inclusive o seu tempo, do presidente da República. E o presidente não falou nem em prazo nem como pretende fazer mudança no ministério.

Rádio Nacional: Então, a Reforma Ministerial não existe no pensamento do governo Lula?

Aldo Rebelo: Não. Por enquanto não.

Rádio Nacional: A convenção do PMDB de alguma forma preocupa o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva?

Aldo Rebelo: Não, não preocupa. Preocuparia se essa posição fosse acompanhada da bancada no Senado e da bancada da Câmara. Mas acho que as duas bancadas estão dispostas a dar sustentação ao governo do presidente Lula e isso para nós é o mais importante.

Rádio Nacional: O presidente já esperava o resultado dessa convenção do PMDB?

Aldo Rebelo: Eu acho que todos nós, diante da convocação de uma convenção que foi contestada pela maioria do Senado e pela maioria da Câmara - e na Câmara, o presidente do partido votou duas vezes na executiva, votou uma para empatar e outra para desempatar -, eu acho que diante disso qualquer resultado pode ser esperado.

Rádio Nacional: Quanto à eleição no Congresso Nacional, de que forma o Governo está acompanhando essa questão?

Aldo Rebelo: O governo acompanha como espectador. Para nós, o mais importante é ter o apoio da base do Governo e da base do Senado, isso nós já temos.

Rádio Nacional: Mas o governo trabalha também em termos de candidatura para presidir o Senado e a Câmara?

Aldo Rebelo: Não. O governo vai respeitar os acordos que já existem na Câmara e no Senado. Esses acordos são tradicionais, dão a cada uma das maiores bancadas - no caso, a do PMDB, no Senado, e a do PT, na Câmara, a prerrogativa da indicação dos presidentes. Estamos apenas respeitando essa decisão, que é uma decisão do próprio Congresso Nacional.




Fonte: Agência Brasil

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