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Internacional
Sábado - 11 de Dezembro de 2004 às 13:33

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A recomposição do gabinete do presidente dos EUA, George W. Bush, sofreu um duro golpe depois da abrupta renúncia do ex-chefe da polícia de Nova York Bernard Kerik, que iria ocupar o cargo de secretário de Segurança Nacional Interna. A decisão de Kerik foi divulgada ontem à noite depois que meios de informação revelaram a existência de problemas que teriam posto em questão sua confirmação no cargo durante as audiências do Senado.

Segundo as fontes, Kerik, de 49 anos, foi membro da junta de diretores de uma empresa dedicada à fabricação de pistolas paralisantes (stun-guns), o que constitui um conflito de interesses. Essas pistolas teriam sido vendidas ao Departamento de Segurança Nacional em uma operação que teria produzido ganhos para Kerik. Além disso, o jornal The New York Times revelou que, há dois anos, ele teve que pagar uma multa por utilizar um policial e dois detetives para investigar dados que eram necessários para sua autobiografia.

Fontes oficiais citadas por canais de televisão comentaram que a decisão de Kerik de renunciar ao cargo que lhe foi oferecido pelo presidente George W. Bush, causou estupor entre as mais altas autoridades do Departamento de Segurança Nacional. A renúncia teria acontecido quando Kerik ainda não havia apresentado a declaração rotineira de renda na qual deveria informar sobre sua situação financeira e suas dívidas antes de ocupar um cargo oficial. Também não havia sido completada a investigação que deve ser feita pelo FBI (polícia federal americana) sobre os antecedentes dos candidatos a ocupar cargos de alto escalão no governo.

Em carta dirigida a Bush, Kerik comunicou-lhe sua decisão e agradeceu a confiança que foi depositada nele. "Nas atuais circunstâncias não posso permitir que assuntos pessoais meus roubem a atenção posta no enfoque e no avanço do Departamento de Segurança Nacional e seus cruciais esforços", afirmou Kerik na carta ao presidente dos EUA.

"Por estas razões, devo pedi-lhe que retire minha designação. Pessoalmente ofereço minhas desculpas por não ter me ocupado disto antes", acrescentou na carta difundida pela Casa Branca. Kerik tinha sido nomeado na semana passada como sucessor de Tom Ridge no Departamento de Segurança Interna, o maior do governo dos EUA com 22 dependências e mais de 180 mil empregados.

Scott McClellan, porta-voz da Casa Branca, assinalou que "o presidente respeita sua decisão e tem os melhores votos para ele e sua esposa". McClellan indicou que Kerik falou por telefone na noite de ontem com o presidente Bush, além de enviar a carta à Casa Branca e assinalou que "se tentará encontrar o mais rápido possível outra pessoa para ocupar o cargo".

A decisão de Kerik, escolhido pela elogiada tarefa que desempenhou depois dos atentados de 11 de setembro de 2001, em Nova York, foi anunciada após Bush designar o secretário adjunto do Tesouro, Sam Bodman, para substituir Spencer Abraham à frente do Departamento de Energia. Com a designação de Bodman, só faltava ser coberto dentro do Gabinete de Bush a vaga deixada à frente do Departamento de Saúde de Tommy Thompson, que apresentou sua demissão na semana passada.

A Casa Branca anunciou na quinta-feira a permanência dos secretários de Trabalho, Elaine Chao; Interior, Gale Norton; Transporte, Norman Mineta, e Habitação, Alphonso Jackson. Além disso, Bush propôs também na quinta-feira seu embaixador no Vaticano, Jim Nicholson, como novo secretário para Assuntos dos Veteranos, em substituição de Anthony Principi, cuja demissão tinha sido anunciada no dia anterior.




Fonte: Agência EFE

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