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Internacional
Quinta - 09 de Dezembro de 2004 às 11:45

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As equipes de resgate que trabalham na ajuda às vítimas dos tufões nas Filipinas encontraram nesta quinta-feira 20 pessoas que estavam presas e sem alimento há dez dias em um edifício, enquanto o número oficial de mortos sobe para 939.

Uma mulher de aproximadamente 50 anos e quatro menores foram os primeiros a sair das ruínas de uma construção da cidade de Real, na província de Quezón, cerca de 80 quilômetros ao nordeste de Manila, segundo a emissora de rádio DZMM.

"Estávamos escavando entre a lama, as lajes de cimento e os ferros retorcidos quando escutamos vozes e gritos de socorro que vinham de baixo da terra", contou o capitão Gerry Sultana. "Não imaginávamos que pudesse haver sobreviventes entre os escombros.

Estávamos há três dias escavando e só tínhamos encontrado corpos em decomposição", acrescentou o militar.

A construção tinha sido habilitada como abrigo depois da passagem do tufão Muifá pelas regiões central e setentrional das Filipinas, na segunda quinzena de novembro.

Segundo o capitão Sultana, a mulher resgatada informou que o refúgio desabou no último dia 29 e que, das cem pessoas que estavam em seu interior, apenas 20 sobreviveram. Sem comida, conseguiram manter-se vivos durante dez dias graças à água turva que passava entre as fendas do edifício, segundo os resgatados.

O tufão Muifá foi sucedido pela depressão tropical Violeta e, na semana seguinte, apareceu Winnie, que foi a mais destrutiva por demorar a passar e por suas chuvas contínuas.

A ação da Winnie abalou os alicerces desse abrigo de Real e o edifício veio abaixo. No dia em que Winnie abandou o arquipélago filipino, entrou no país o tufão Nanmadol, com ventos de mais de 200 quilômetros por hora.

O último boletim do Conselho Coordenador de Catástrofes Nacionais (NDCC, em inglês) das Filipinas, divulgado hoje, assinala que há 939 mortos, 752 feridos e 837 desaparecidos. Estes números reúnem as vítimas dos dois tufões e das duas depressões tropicais.

Os danos materiais calculados pelo NDCC chegam a 4,69 bilhões de pesos (83,75 milhões de dólares ou cerca de 63 milhões de euros).

As Filipinas recorreram à comunidade internacional em busca de ajuda. Entre outras nações, a Espanha respondeu com o envio de ajuda humanitária no valor de 66 mil euros e os Estados Unidos enviaram um contingente de 600 fuzileiros navais e 12 aviões de transporte e helicópteros.

A primeira parte dos soldados americanos começou a cooperar nas tarefas humanitárias na quarta-feira. O reforço da ajuda chega no momento em que o pessoal das equipes de resgate e os voluntários sofrem o cansaço de dias de trabalho contra o relógio para salvar vidas.

"Em meus 30 anos no mar, este é sem dúvida o pior desastre que presenciei", disse o marinheiro filipino Monedero.




Fonte: EFE

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