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Politica Brasil
Quarta - 08 de Dezembro de 2004 às 22:49
Por: Adriana Vandoni Curvo

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Talvez por ter faltado conteúdo intelectual e propostas exeqüíveis para cumprir suas funções, deputados, vereadores ou executivos petistas, passaram a vida em busca de um circo político para denúncias e acusações, muitas vezes sem quaisquer fundamentações. Essa foi a prática de ação política ensinada e praticada pelos mestres da cúpula federal do PT.

Realmente, a melhor forma para disfarçar a falta de ação é a grita, mesmo que sem fundamento. Lula confessou isso recentemente no nordeste. Em meio a vaias disse que gritou muito no passado e que “muitos não sabem nem porque estão gritando”. Foi réu confesso. Esse é realmente um apelo típico dos ignorantes. Quem nunca teve um professor que inibia o aluno de perguntar? Sabe o por quê disso? Por medo de não saber responder. Seu rosnar amedrontava. Assim sempre agiu o PT.

Mas o castelo caiu com a chegada ao poder central. Mesmo assim, no afã de justificar seus erros e camuflar suas incompetências, ainda usam a mesma estratégia do professor mal humorado. Atiram em tudo e em todos que não são seus. O combate à corrupção (pretensa bandeira histórica do partido), por exemplo, só foi interessante no passado. Hoje são protetores de companheiros e aliados corruptos. Suas brigas nunca tiveram conotação social. Sua visão sempre foi de cunho sindical, com já disse o senador Cristovam Buarque (PT-DF). Não lutavam pela melhoria da educação, mas por melhores salários para os professores. Nunca tiveram propostas pela melhoria da saúde, mas para o aumento dos salários da categoria.

Não é à toa que o senador Cristovam Buarque escreveu esta semana que “o partido dos trabalhadores não abandonou o social - ele nunca foi um partido social ... a chamada esquerda do PT, em vez de propor e defender políticas sociais que eliminem o quadro de apartação da sociedade brasileira, limita-se a pregar a diminuição da taxa de juros e do superávit fiscal”.

Agora membros do partido, desorientados, iniciam um processo de autofagia ideológica (que imaginavam ter). Enquanto uns são expulsos outros pulam fora do barco e deixam o governo “por problemas particulares”. Me engana que eu gosto.

Os que permanecem, ou o fazem por interesses próprios ou por pura falta de condições, até psíquicas, para buscar outro lugar que lhes dê abrigo. Por isso é muito mais fácil seguir rosnando, como faz o professor medíocre.

Seguem atropelando neles mesmos, na falta de profundidade. Acusam e depois dizem que “realmente os relatórios não foram analisados na íntegra”, como disse uma conhecida bravateira destas bandas. Isso é o que se pode chamar de “pagar mico”, tudo por instantes na mídia, tudo para fazerem de conta que estão produzindo. Produzindo o quê?

Ah, a economia vai bem, dizem! Segundo João Sayad (ex-ministro do atual companheiro Sarney e ex-secretário da companheira Marta Suplicy), este governo herdou a bonança do governo passado. Tem mais. O PIB cresceu sim, mas por força da onda de crescimento mundial, não simplesmente pela atuação desta política econômica adotada pelo médico Palocci. Aliás, dentre os países emergentes o Brasil foi o que obteve menor taxa de crescimento, menos até que a Argentina, com toda a sua recente crise. Em resumo, fora os “méritos” de dar continuidade na diretriz econômica do governo passado, este é um governo chinfrim, inoperante, incompetente na área social e protetor de corruptos.

O problema é que o PT só sabe apontar defeitos e não soluções. Precisam aprender a resolver problemas. Chega de vou denunciar no Ministério Público! Vou chamar para depor! Vou instaurar uma CPI! Balela, ou como diz o beato Salú, bravata.

Por aqui agem da mesma forma. Gritam e esbravejam, mas nada produzem tal qual seus líderes. A diferença é que a falta de sagacidade da petelhada local não permite grandes desatinos, no máximo nos provoca grandes gargalhadas.

Adriana Vandoni Curvo

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