O duelo terminou com vitória por 2 a 1 para o Inter, mas a história poderia ter sido diferente segundo a versão do Palmeiras: mesmo com o erro técnico de ter validado um gol de mão marcado e admitido por Hernán Barcos aos 16 do segundo tempo, o árbitro Francisco Carlos Nascimento teria precisado da observação de repórteres de TV e do quarto árbitro para anular o tento a partir das imagens, procedimento vetado pela Fifa.
Já de acordo com o Inter, a interferência externa não pode se sobressair em relação a um gol convertido de forma irregular, o que afetaria o aspecto ético da disputa. O julgamento da impugnação da partida ainda pode alterar a sequência do Campeonato Brasileiro, já que o clube gaúcho luta por vaga na próxima edição da Libertadores e o Palmeiras disputa ponto a ponto contra o iminente rebaixamento.
"Espero que a gente consiga anular a partida, porque temos argumentos e fundamentação de que houve interferência de fora. Mesmo que o juiz tenha errado, não pode mudar a sua decisão. O juiz validou o gol, não deu irregularidade", brada Arnaldo Tirone, presidente do Palmeiras. O mandatário só se irrita com o argumento colorado de que o cancelamento da partida afeta o aspecto moral da questão: "Estamos defendendo o nosso direito, não discutindo o gol do Barcos".
O primeiro a divergir de Tirone é Virgílio Elísio, diretor de competições da CBF, que esteve presente em um evento da Abex (Associação Brasileira dos Executivos de Futebol) e não acredita em ganho de causa para o Palmeiras: "Não imagino que um gol de mão possa mudar o resultado do campeonato. Quem vai dizer é o tribunal, mas imaginar que essa situação prospere é um factóide".
A súmula da partida, inclusive, foi assinada pelo árbitro e constava que "não houve nada anormal" na partida. De acordo com o jurídico do Palmeiras, o árbitro não quis se expor antes do julgamento para criar outra prova testemunhal a favor do pedido de anulação. Presidente da Comissão Estadual de Arbitragem da FPF, o Coronel Marinho defende o quarteto de arbitragem responsável pela condução da partida.
"Fico com a versão da arbitragem, com o que está na súmula. Não acredito na anulação da partida, porque vale a versão do quarto árbitro. Mas é direito do Palmeiras reivindicar", reconhece o dirigente da Federação Paulista, em posição favorável aos gaúchos. A decisão, no entanto, será do Pleno do STJD e passará longe da FPF e até da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
"Não posso me manifestar, porque a discussão está no campo do direito. Cabe a nós acatar a decisão, vamos aguardar", pontua José Maria Marin, presidente da CBF, e ansioso para conhecer os rumos do Campeonato Brasileiro definidos a partir da decisão desta quinta-feira.
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