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Meio Ambiente
Sexta - 03 de Dezembro de 2004 às 14:13

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A presença de uma alta concentração de flúor causou a morte de milhares de peixes e a eliminação de outros organismos vivos no córrego Queima-Pé, a principal fonte de captação de água para a cidade de Tangará da Serra. A causa do acidente ambiental foi o lançamento dos resíduos de uma caixa de flúor de propriedade do SAMAE – Sistema Autônomo Municipal de Água e Esgoto, na tarde desta quarta-feira.

A agência local da Fundação Estadual do Meio Ambiente – FEMA – foi acionada e deverá notificar o Samae nesta sexta-feira, apresentando o auto de infração. O flúor foi lançado no córrego Queima-Pé, abaixo do ponto de captação, durante uma limpeza realizada por um servidor.

Segundo o coordenador local da FEMA, Mathias Krause, o índice de concentração de flúor nas águas do Queima Pé, ontem, era superior a 1,6 pontos, o dobro admitido para consumo humano (0,8). Uma vez na água, em altos níveis, o flúor reage e elimina todo o oxigênio contido no córrego, provocando a morte da ictiofauna e de qualquer organismo vivo. O flúor, vale lembrar, é um produto químico utilizado pelo SAMAE no tratamento da água consumida pela população, mas em índice igual ou inferior a 0,8 ponto. Enquanto o excesso de flúor na água consumida causa, em níveis não letais, o mosqueamento (ocorrência de manchas e desgaste) do esmalte dos dentes, a sua ausência acarreta o aumento da incidência de cáries.

Após tomar conhecimento do acidente, a FEMA adotou como solução a abertura de todas as compotas das barragens e represas existentes no Queima-Pé, na medida em que o aumento de vazão da água no córrego contribuiria para a diluição mais rápida do flúor, restabelecendo, assim, a oxigenação.

O diretor do SAMAE, José Vicente Pereira da Silva, admitiu a ocorrência e informou que está levantando os fatos para constatar as responsabilidades pelo acidente. “Já enviamos amostras da água e também alguns peixes para laboratórios de Cuiabá e de São Paulo. Precisamos de um laudo técnico em mãos”, disse.

Ontem, uma equipe da FEMA e voluntários retiravam o máximo possível dos milhares de peixes mortos para evitar que a decomposição agravasse o quadro do Queima-Pé. O órgão também procedeu no monitoramento do curso d´água. O auto de infração para o SAMAE, até a tarde de ontem, não havia sido emitido, já que ainda não estavam mensurados os danos ambientais. Conseqüentemente, a multa também ainda não foi arbitrada. Um relatório foi enviado ainda ontem pelo coordenador Mathias Krause à administração da FEMA, em Cuiabá.




Fonte: Diário da Serra

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