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Polícia Brasil
Sexta - 03 de Dezembro de 2004 às 10:18

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Em Rondonópolis, as bancas do jogo do bicho estavam instaladas em locais públicos

Os quatro cambistas que foram presos ontem em Rondonópolis (a 198 quilômetros de Cuiabá) por envolvimento com o jogo do bicho já estão em liberdade. Ronaldo de Souza (25), Florisvaldo Araújo Nogueira (31), Mauro Gabroviz (41) e Rogismar de Souza (23) vão responder pela contravenção em 7 de fevereiro de 2005, no Fórum de Rondonópolis.

Mesmo com a prisão de João Arcanjo Ribeiro, o crime organizado dá sinais de vida. No dia 16 de novembro, 15 pessoas foram presas pelo Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em Sinop (a 481 quilômetros de Cuiabá) acusadas de explorar o jogo do bicho e máquinas caça-níqueis.

Em Rondonópolis, o jogo do bicho operava sem qualquer constrangimento em locais públicos como ruas e estabelecimentos comerciais. Na semana passada, a Polícia Civil apreendeu 13 máquinas caça-níqueis e desmantelou quatro locais onde a atividade ilícita era realizada. Vários blocos de apostas com a logomarca da empresa "Colibri" foram recolhidos. De acordo com o delegado Henrique Meneguelo, uma minicentral de apuração, que funcionava na esquina das avenidas Dom Pedro II e Dom Wunibaldo, foi desarticulada. A polícia ainda não descobriu quem chefia o jogo do bicho em Rondonópolis.

O RMT Online apurou que, além dos quatro pontos de apostas desarticulados, outros funcionavam na cidade do sul do estado. Dois deles estavam instalados no bairro Bom Pastor, na avenida Marechal Dutra. Contudo, os cambistas não apareceram hoje, porque temem ser presos.

Um dos funcionários do jogo do bicho afirmou à nossa reportagem que a quantidade de pessoas que trabalham com a atividade é muito grande. Disse ainda que o sorteio dos números é feito no Rio de Janeiro.

Notificação

Na última sexta-feira (26), o diretor geral da Polícia Civil, Romel Luiz dos Santos, foi notificado pelo Ministério Público Estadual (MPE). O objetivo da notificação é a agilização das práticas para coibir o jogo do bicho e a exploração de máquinas caça-níqueis no interior do estado.

Segundo a assessoria de comunicação da Polícia Civil, o corregedor ainda não se manifestou com relação ao documento, mas deve falar amanhã à tarde.

O promotor do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) ponderou que o jogo do bicho continua funcionando em Mato Grosso, porque "é uma atividade rentável e muita aceita pela população, mas cabe às autoridades coibi-la. A Polícia Civil tem se empenhado para combater essa contravenção".

A reportagem do RMT Online tentou falar com o juiz Federal Julier Sebastião da Silva, mas não conseguiu. A assessoria do juiz informou que ele está numa reunião em Brasília.

Arcanjo e Beira-Mar

Um policial federal de Rondonópolis, que não quis se identificar, revelou que a quadrilha de João Arcanjo Ribeiro não foi desarticulada. O bicheiro estaria movimentando os negócios mesmo estando preso no Uruguai. Ele acredita que as ações da loteria nunca foram finalizadas, mas que, logo após a operação "Arca de Noé", a atividade ilícita era realizada ocultamente.

"É muito comum que o detento consiga um mediador para dar continuidade às ações das empresas", declarou o policial, comparando o caso de Arcanjo com o de Fernandinho "Beira-Mar". Apesar de estar na prisão, "Beira-Mar" controlava o tráfico de drogas e sentenciava a morte de inimigos.

Segundo o policial, o homem que chefia o jogo do bicho no município é o mesmo que o administrava antes da operação "Arca de Noé". Ele revelou que a apuração do jogo está sendo feita numa casa simples, perto do shopping da cidade. Em entrevista ao RMT Online, o delegado da Polícia Civil de Rondonópolis, Henrique Meneguelo, assegurou desconhecer a informação, mas disse que vai investigá-la.




Fonte: RMT Online

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